Coronavírus: por que o ibuprofeno voltou a ser testado contra a covid-19
Equipes de hospitais e universidade no Reino Unido acreditam que a droga, um anti-inflamatório e também um analgésico, pode tratar particularmente as dificuldades respiratórias decorrentes da infecção pelo coronavírus.
03/06/2020 17h46Equipes da universidade King's College e dos hospital Guy's e St. Thomas estão recrutando participantes para um teste que vai verificar se o ibuprofeno contribui para o tratamento de pessoas hospitalizadas com a covid-19.
Os cientistas acreditam que a droga, um anti-inflamatório e também um analgésico, pode tratar particularmente as dificuldades respiratórias decorrentes da infecção pelo coronavírus.
A esperança é que o tratamento, considerado de baixo custo, possa evitar que pacientes precisem de ventilação mecânica.
No experimento, chamado Liberate, metade dos pacientes receberá o ibuprofeno, além dos cuidados usuais. Mas a droga será usada em uma formulação especial, em vez dos comprimidos padrão normalmente comprados por pessoas nas farmácias, por exemplo para tratar artrite.
Estudos em animais sugerem que o ibuprofeno pode tratar a síndrome do desconforto respiratório agudo, uma das complicações graves da doença causada pelo novo coronavírus.
Mitul Mehta, membro da equipe do King's College London, disse que é preciso "fazer os testes para verificar se as evidências realmente correspondem ao que esperamos que aconteça".
No início da pandemia, havia preocupações de que o ibuprofeno pudesse ser prejudicial para pacientes, caso tivessem o vírus com sintomas leves.
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O temor piorou quando o ministro da Saúde da França, Oliver Veran, disse que tomar medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, como o ibuprofeno, poderia agravar a infecção.
Mas uma análise da Comissão de Medicamentos Humanos logo concluiu que o ibuprofeno era seguro em caso de sintomas de coronavírus — ajudando a diminuir a temperatura corporal e aliviando sintomas semelhantes aos da gripe.
Ainda assim, o ibuprofeno apresenta mais efeitos colaterais para alguns grupos de pessoas do que o paracetamol — recomendado por autoridades de saúde britânicas em casos leves de covid-19 —, devendo ser evitado, por exemplo, por pessoas com úlcera no estômago.
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