O plano de grupo anti-lockdown para sequestrar ministro e semear caos na Alemanha
A polícia alemã prendeu quatro membros do Vereinte Patrioten, uma gangue que pertence a um movimento que nega a legitimidade do Estado alemão.
15/04/2022 07h00"Eles queriam desestabilizar o Estado e a democracia usando os protestos da covid. Eles são uma pequena minoria em nossa sociedade, mas são muito perigosos", disse o ministro da Saúde alemão, Karl Lauterbach.
O ministro estava se referindo a uma gangue de extrema direita que luta contra restrições impostas pelo governo por causa da covid. O grupo planejava sequestrá-lo.
Quatro membros do grupo foram presos pela polícia e um quinto ainda está foragido, anunciou na quinta-feira (14/4) o Ministério Público alemão.
Nostálgicos do Reich
Eles se autodenominam Vereinte Patrioten ("Patriotas Unidos") e fazem parte do movimento Reichsbürger ("Cidadãos do Reich"). Este movimento, que engloba várias associações e pessoas ligadas à extrema direita alemã, rejeita a legitimidade da República Federal da Alemanha como Estado.
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Seus integrantes sustentam que o Reich alemão continua existindo com seus limites territoriais pré-Segunda Guerra Mundial, mas sem as anexações feitas pelo regime de Hitler. Por isso, não se consideram nazistas.
O Vereinte Patrioten também se opôs às rígidas restrições contra a covid-19 aplicadas pelo governo alemão, cujo rosto mais visível é o do ministro da Saúde.
A quadrilha tinha planos de sequestrar Lauterbach e outras pessoas do alto escalão, de acordo com o Ministério Público.
'Condições para uma Guerra Civil'
Mas o objetivo final não se limitava a sequestros pontuais. O plano era muito mais ambicioso: acabar com o Estado alemão por meio do caos, segundo os promotores.
Eles planejavam destruir a infraestrutura de energia do país, atacando subestações e linhas de energia, segundo o programa de notícias Report Mainz.
A ideia do grupo era causar um apagão de eletricidade permanente em todo o país "com a intenção de criar condições semelhantes às de uma guerra civil e, em última instância, derrubar o sistema democrático na Alemanha", alega o Ministério Público.
Os investigadores identificaram um total de 12 pessoas suspeitas de estarem ligadas à quadrilha. O grupo usava o aplicativo de mensagens Telegram para se comunicar.
Os quatro detidos foram convocados para prestar depoimento a um juiz na quinta-feira da próxima semana (21/4).
Milhares de euros e um Kalashnikov
A prisão ocorreu durante uma série de operações de busca, quando a polícia apreendeu várias armas, incluindo um fuzil Kalashnikov.
A polícia também encontrou barras de ouro e notas em euro. Também foi apreendido dinheiro em espécie de outras moedas, equivalente a mais de 20 mil euros (cerca de R$ 100 mil).
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Os integrantes do grupo, com idades entre 41 e 55 anos, são acusados de planejar um grave ato de violência que põe em risco o Estado e de violar a lei de controle de armas.
O ministro da Saúde alemão considerou que este caso mostra que os protestos contra o coronavírus se radicalizaram no país.
Ele também prometeu que seu trabalho não será afetado pelas ações de grupos radicais.
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