Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Um homem usando capacete e máscara facial n95 caminha pelas ruas e uma mulher usando máscara e protetor facial atrás dele
Reuters

A súbita suspensão de muitas das restrições chinesas no combate à covid-19 causou surtos em todo o país - e, com eles, muita raiva e confusão nas redes sociais.

Em meio à forte escassez de kits de teste rápido, diversas Províncias chinesas, como Zhejiang, Anhui e Chonqing, estão implementando uma nova política que permite que pessoas assintomáticas ou com sintomas fracos de covid-19 retornem ao trabalho.

Na rede social Weibo - equivalente, na China, ao Twitter - a hashtag relacionada a este anúncio foi lida 33 milhões de vezes desde segunda-feira (19/12). A reação é de espanto e fúria.

"Não houve preparação nos últimos três anos, e, de uma hora para outra, as restrições são suspensas, e você é autorizado a ir trabalhar doente. Nossas vidas são inúteis, como a das formigas", diz um comentário curtido 200 vezes.

"Apenas alguns meses atrás, as pessoas eram presas quando iam ao trabalho com teste positivo", segundo outro comentário, com quase mil curtidas.

Até alguns chineses residentes no exterior que voltaram ao país após uma recente redução do período de quarentena em hotéis ficaram surpresos ao descobrir a rapidez com que o vírus está se espalhando.

"Nunca havia tido covid nos últimos anos enquanto morava no exterior, mas peguei dias depois de voltar... Todo mundo que conheço está pegando covid e tendo febre - por isso, se você puder ficar fora do país por um tempo, não volte", escreveu um usuário na Xiaohongshu, outra rede social popular na China.

Linha de frente

Trabalhador com equipamento de proteção atende paciente
Getty Images
A imprensa estatal chinesa vem elogiando o árduo trabalho dos trabalhadores da linha de frente

Nas últimas duas semanas, a internet chinesa foi inundada por postagens sobre como as pessoas estavam se tratando depois de terem contraído o vírus.

Vídeos circularam na China mostrando crianças sem sintomas trazendo alimentos e água para seus pais doentes. Alguns mostraram as formas criativas de manter o distanciamento social morando na mesma casa, para evitar infectar parentes.

Em meio à escassez nacional de remédios, os meios de comunicação chineses também procuraram divulgar histórias para estimular um espírito comunitário. Inúmeros vídeos podem ser encontrados no Weibo com indivíduos embalando analgésicos de que não precisam e enviando para pessoas necessitadas.

Os canais de mídia estão convocando as pessoas a tratar com gentileza os profissionais de saúde e destacam atos de bondade demonstrados com quem está na linha de frente.

O site de notícias The Paper destacou, por exemplo, a ligação de um homem para uma operadora do governo em Chengdu, no sudoeste da China, que tinha a vez rouca e tossia ao telefone.

"Não se preocupe, não há problema", diz ele antes de desligar. "Cuide da sua saúde, por favor."

As plataformas de redes sociais na China costumam divulgar notícias positivas frente às adversidades nas suas listas de "tendências".

A hashtag #MédicoseEnfermeirosPersistentesTrabalhamDuro virou tendência nos últimos dias, e os veículos estatais elogiam a contribuição destes profissionais para o combate à covid-19.

Protestos

Mas o jornal independente South China Morning Post informou na semana passada o surgimento de novos protestos entre estudantes de Medicina que exigem "melhor pagamento" e proteção na linha de frente.

Estas manifestações não foram mencionadas pela imprensa estatal. Mas imagens e vídeos de protestos são rotineiramente censurados.

Foi o que aconteceu em novembro, quando surgiram os protestos em todo o país contra as medidas rigorosas de controle da covid-19. Mas histórias sobre a sobrecarga do setor médico ficaram evidentes.

Milhares de profissionais aposentados da área médica foram trazidos de volta ao trabalho, quando a imprensa relatou "longas filas" em frente aos centros ambulatoriais e clínicas de tratamento de febre sob "forte pressão".

Os jornais de diversas cidades reconheceram que o número de ligações para os serviços de emergência está "aumentando" e apelaram às pessoas que somente ligassem se fosse absolutamente necessário.

Inúmeras imagens podem ser encontradas no Weibo mostrando profissionais de saúde dormindo sobre suas mesas. Também circularam imagens mostrando trabalhadores exaustos recebendo soro intravenoso.

Mais de 10 milhões de usuários de redes sociais assistiram a um vídeo postado nos últimos dias que mostra um homem de joelhos, implorando para que seu filho fosse tratado em uma clínica em Guangdong - a Província que tem o maior número de casos.

O médico responde dizendo: "Estamos sobrecarregados... Há filas de seis a oito horas. Todos estão esperando, as crianças e os mais velhos - você não é o único".

- Texto originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-64080719