Após um primeiro longa insosso, eis que temos agora um filme que parece à altura de um dos supergrupos mais peculiares dos quadrinhos de super-heróis: o Esquadrão Suicida.
James Gunn, o homem que pegou vários personagens da terceira divisão da Marvel e os transformou em dois blockbusters (os filmes dos “Guardiões da Galáxia”), tenta repetir a dose, mas agora na rival DC.
Aproveito a estreia do filme para apresentar minha seleção (subjetiva e completamente pessoal) das cinco melhores HQs do Esquadrão Suicida (e você pode clicar aqui para ler curiosidades sobre eles).
1987 – “Provação por Fogo”, de John Ostrander e Luke McDonnell
Normalmente, eu começo estas listas com a primeira história do personagem (ou grupo). Mas não é o caso aqui. Quando o Esquadrão Suicida surgiu, em 1959, seus membros eram pessoas sem poderes, uniforme ou codinome de super-heróis. Décadas depois, o roteirista John Ostrander e o ilustrador Luke McDonnell aproveitaram o nome para criar algo completamente diferente – é esta versão que foi aos cinemas tanto no longa anterior quanto neste.
O Esquadrão Suicida é, desde 1987, um grupo de supercaras (raros são os que não têm poderes) que realizam missões secretas e/ou superperigosas a mando do governo dos Estados Unidos. Em sua maioria, são vilões que estão cumprindo pena e embarcam nestas aventuras suicidas para que, caso sobrevivam, tenho alguns anos descontados do tempo que devem cumprir na cadeia. “Provação por Fogo” é a primeira aventura do Esquadrão Suicida em sua revista mensal nessa nova fase.
1987 – “Abertura: Guilherme Hell”, de John Ostrander e Luke McDonnell
Uma missão difícil para o Esquadrão: combater um vilão que se finge de herói e só ataca criminosos negros. Não basta o prender: é preciso conter a chama do racismo. É nesta história que passa a brilhar o personagem do Pistoleiro, originalmente um vilão de terceira categoria que aparecia ocasionalmente nas histórias do Batman.
1987 – “Atrás da Cortina de Ferro”, de John Ostrander e Luke McDonnell
Esta é outra missão difícil, o que ajuda a explicar o sucesso da série – roteiros intrigantes conseguem transformar até coadjuvantes minúsculos (você já havia ouvido falar em Rick Flag, Encantadora ou Nêmesis?) em protagonistas interessantíssimos. Aqui, o Esquadrão é enviado à então União Soviética para extrair de lá uma escritora confinada como presa política. Se fosse só isso, seria fácil. Obviamente que não é.
1988 – “Pistoleiro”, de John Ostrander e Luke McDonnell
Mencionei, duas histórias acima, que o outrora inexpressivo Pistoleiro começava a brilhar. Esta minissérie em quatro edições, reunidas aqui no Brasil em um volume único, mergulham na mente deste dificílimo, porém intrigante, personagem.
1991 – “Legerdemain”, de John Ostrander, Kim Yale e Geof Isherwood
Uma história que marca a diferença entre o Esquadrão Suicida e os supergrupos tradicionais, como a Liga da Justiça. Há um submundo de espionagem, de politicagem, onde colantes coloridos e superpoderes não fazem diferença. Não adianta ter as habilidades de Superman e Batman para enfrentar corruptos infiltrados no próprio governo norte-americano.
Uma curiosidade: na única vez em que saiu aqui no Brasil, esta saga não teve o nome do Esquadrão Suicida na capa, embora eles fossem os protagonistas. Aparecem os nomes de três coadjuvantes mais famosos do que eles: Superman, Batman e Aquaman.
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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