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O Disney+ estreou na semana passada a série animada “What If...?”, que terá um episódio semanal por dez semanas. A premissa, inspirada no quadrinho homônimo, é bem interessante: se aceitarmos que existe mais do que um universo (ou mais de milhões de multiuniversos...), podemos imaginar que, em alguns deles, a História transcorreu de maneira diferente.

Por exemplo: imagine se, no ano de 1500 de um mundo paralelo, uma nação originária da América do Sul atravessou o oceano Atlântico, derrotou os portugueses e fundou uma colônia: a Nova Kuhikugu. Em outra, o Brasil aplicou 7 a 1 na Alemanha na semifinal da Copa de 2014, e Scolari estaria até hoje no comando da seleção brasileira. Em outra, o Saci teria duas pernas, mas um braço. Em outra...

A série animada da Marvel é divertida por isso: ela estimula a criatividade de seus autores dentro do já consagrado Universo Cinematográfico Marvel. Faz diferença ele já ser conhecido. Se não, ninguém ficaria interessado em ver o que aconteceria se a agente Peggy Carter se tornasse uma super-heroína, ou se o jovem Príncipe Tchalla de Wakanda fosse abduzido por alienígenas. E essa brincadeira de realidades paralelas dentro de um universo consagrado surgiu nos quadrinhos há mais de quatro décadas.

A Marvel lançou “What If…?” como um título mensal de quadrinhos em 1977. A ideia era dar oportunidade a escritores e ilustradores (a maioria em início de carreira) para se livrarem das amarras da cronologia oficial da editora e se dedicarem à criatividade.

Será que, hoje, seria possível colocar o Homem-Aranha como membro do Quarteto Fantástico? Como isso impactaria os vários títulos mensais do nosso querido aracnídeo? Pois essa foi exatamente a história de estreia de “What If...?”: “O que aconteceria se o Homem-Aranha tivesse se unido ao Quarteto Fantástico?”.

Entre cancelamentos e retornos, já foram publicadas centenas de histórias dentro do selo “What If…?” – aliás, a série foi batizada “O que Aconteceria Se...?” aqui no Brasil.

E se Benjamin Grimm virasse o Hulk, em vez do Coisa? E se o Justiceiro aceitasse virar agente da S.H.I.E.L.D.? E se o Wolverine se tornasse o senhor dos vampiros? Thanos como líder dos Vingadores? E se Stan Lee, Jack Kirby e mais dois colegas da Marvel se tornassem o Quarteto Fantástico (com Lee como Senhor Fantástico e o Kirby como Coisa)? Todas essas histórias já foram publicadas. O único limite é a criatividade.

A ideia inicial sempre foi de brincar com momentos importantes dentro da editora, imaginando tudo o que poderia ter mudado a partir dali – o que aconteceria se Gwen Stacy, o grande amor da vida do Homem-Aranha, não tivesse sido assassinada pelo Duende Verde?

Justamente por ser um título dedicado à criatividade, os autores puderem criar seus próprios caminhos. Um deles foi o de criar curtas histórias cômicas, às veze de uma página ou de um quadro – e se os raios energéticos de Ciclope saíssem de suas orelhas, em vez de seus olhos?

Outro caminho foi experimentar personagens novos – por exemplo, em futuroas alternativos. Alguns, aliás, fizeram tanto sucesso que ganharam suas próprias revistas mensais – é o caso de May “Mayday” Parker, a Garota-Aranha. Filha de Homem-Aranha e Mary Jane em um futuro possível, ela assume o legado do pai após a sua aposentadoria. Personagem carismática e com uma boa equipe criativa por trás, Mayday apareceu em mais de 200 histórias depois de sua estreia.

Gostei do primeiro episódio de “What If...?”. Tenho vaga ideia do que vem pela frente por causa dos trailers, mas sei pouca coisa além disso. Há a possibilidade para histórias mais cômicas ou mais trágicas, de homenagens a personagens fictícios ou a artistas do mundo real. E, como é pertinente ao “What If...?” original dos quadrinhos, há espaço para muita criatividade por parte dos autores.

Sem falar, claro, que há espaço para novas temporadas da série, sempre caminhando por rumos diferentes. Muitas novas temporadas, aliás.