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Sim, estamos na semana do Halloween - e do Dia do Saci brasileiro, do Día de Muertos mexicano... São datas que podem nos levar e refletir sobre a espiritualidade ou a desfrutar, culturalmente, do bom e velho gênero de terror. Em muitos casos, ambos caminham juntos.

Filmes, livros, seriados... Temos acesso a muitos momentos de pura paúra. Como esta é uma coluna sobre histórias em quadrinhos, selecionei apenas dicas de HQs. E, como gosto de qualidade e de variedade, são obras diferentes entre si: tem quadrinho europeu, mangá, comics norte-americanos...

E as obras brasileiras? No site Hábito de Quadrinhos, irmão dessa coluna, temos uma entrevista com a roteirista brasileira Roberta Cirne, que sabe tudo de terror e indicas sugestões dela de HQs nacionais. Divirta-se!

“Sandman”, de Neil Gaiman e vários autores

Quando o hoje astro literário, mas na época escritor desconhecido, Neil Gaiman foi recrutado pela editora DC Comics para escrever a revista “Sandman”, o personagem não era lá muito famoso. Três super-heróis fantasiados já haviam usado esse codinome, e nenhum fez sucesso.

Aí o britânico Gaiman chegou mudando tudo, até o nome do personagem e o gênero das histórias. Sandman deixou de ser o nome do protagonista e virou apenas o título da revista – o sombrio ser que ocupa as suas páginas chama-se Sonho. E esqueça super-heróis, poderes, identidades secretas, uniformes coloridos... Trata-se de uma obra de horror e fantasia que mistura mitologias, referências literárias, muito suspense, conceitos psicológicos e até personagens menores da DC. Entrega uma obra coesa, envolvente, lírica, assustadora... e premiada.

Lançada de 1989 a 1996, “Sandman” ganhou algumas vezes o Eisner Awards, o Oscar dos quadrinhos norte-americanos. Não vou citar todos e te matar de tédio, mas vale dizer que Neil Gaiman venceu quatro vezes (!) como melhor roteirista e a revista levou três vezes como melhor série contínua.

“Drácula”, de Guido Crepax

O italiano Guido Crepax (1933-2003) foi um dos maiores quadrinistas do século 20. Roteirizava e ilustrava histórias de encher os olhos. E também sabia escolher temas: sua Valentina, criada em 1965, foi uma personagem de vanguarda e um ícone do feminismo.

Em 1983, Crepax adaptou um dos clássicos da literatura de horror: “Drácula”, de Bram Stoker (adoro este livro! Se esta coluna fosse literatura, certamente o recomendaria). O italiano toma liberdades e muda pontos importantes, como a ordem das cenas e, inclusive, o final. Puristas podem reclamar... Eu, não. Acho que ficou uma obra soberba.

“Noturno”, de Salvador Sanz

O Brasil está publicando, aos poucos, edições nacionais de obras de Salvador Sanz. Sorte nossa: ótimo escritor e ilustrador, o argentino é um dos grandes nomes mundiais do gênero do terror.

“Noturno”, dois completos desconhecidos começam a compartilhar os mesmos sonhos. Ambos vão (ou acham que vão...) para outra dimensão, habitada por monstros. Quando acordam, sentem que estão, eles mesmos, sendo transformados nesses mesmos monstros! Ou será que é só um pesadelo?

“Do Inferno”, de Alan Moore e Eddie Campbell

Você não sabe quem foi Jack, o Estripador. Nem eu. Nem Alan Moore, um dos maiores roteiristas de quadrinhos que já existiu, autor de “Watchmen” e “V de Vingança”, entre outros. Mas isso não o impediu de escrever mais de 600 páginas sobre o serial killer.

Além da narrativa excepcional, “Do Inferno” vem com comentários de Moore sobre cada página: de onde veio esse diálogo, de que matéria de jornal do século 19 ele tirou aquela cena, por que era importante ressaltar essa característica do personagem etc. Uma aula sobre como escrever.

“Death Note”, de Tsugumi Ohba e Takeshi Obata

Se você tivesse acesso a um caderno onipotente, e bastasse que você escrevesse o nome de uma pessoa para que ela morresse, como você se comportaria? Ajudaria a polícia a enfrentar criminosos de alta periculosidade? Iria matar criminosos riquíssimos que conseguem evitar a cadeia? Se vingaria dos seus... inimigos particulares? Ou entregaria o “Death Note” (“caderno da morte”) para alguma autoridade?

O mangá (e depois animê) “Death Note” foi publicado de 2003 a 2006. Nele, quem teve acesso ao tal “death note” foi o rapaz mais inteligente do Japão – talvez do mundo. O que ele fará com tanto poder em mãos? O que você faria?

Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. Nascido e criado em São Paulo, é filho de um físico luso-angolano e de uma jornalista paulistana.

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