O super-herói Thor, um dos mais poderosos membros dos Vingadores e, ainda por cima, Deus do Trovão, nasceu em 5 de junho de 1962, quando a revista “Journey into Mystery” nº 83 chegou às bancas. De lá para cá, são seis décadas de histórias em quadrinhos pela editora Marvel, que serviram de base para três longas de sucesso nos cinemas – o quarto, “Thor: Amor e Trovão”, estreia nesta semana.
Aproveitando a onipresença do nosso asgardiano favorito, listo aqui seis das minhas histórias favoritas com ele. Tentei selecionar uma por década, mas trapaceei um pouco. Afinal, o personagem tem duas fases longevas e incríveis – uma com seus criadores Stan Lee e Jack Kirby, a partir dos anos 60, e outra com o talentoso roteirista e ilustrador Walt Simonson, na década de 80.
“Os homens de pedra de Saturno!” (1962), de Stan Lee, Larry Lieber e Jack Kirby
Esta história é inocente, simplória e curta: apenas 13 páginas. Mas tem um ponto interessante: é a primeira história de Thor e já apresenta o caminho para o que virá pela frente nos anos seguintes, especialmente a ligação com Asgard e a mitologia nórdica – afinal, todo aquele que for digno se transformará no poderoso Thor se conseguir erguer o martelo encantando Mjolnir! Esta história já foi publicada no Brasil várias vezes, mas sugiro a edição “O Poderoso Thor – Ragnarok” – onde, aliás, aparece a próxima história desta lista.
“Para despertar o Mangog!” (1966), de Stan Lee e Jack Kirby
Os anos 60 não apresentavam adversários muito originais aos heróis da Marvel. Normalmente, eram comunistas (da União Soviética) ou asiáticos (especialmente chineses). Mas se você, além de herói, é um deus, o caminho se abre para confrontos épicos com monstros divinos ou deuses monstruosos. E assim entra em cena Mangog, um rival com poder incomparável – e visual interessante.
“O Último Viking” (1983), de Walt Simonson
As aventuras do Thor no início de anos 80 foram padrão Asgard (a terra dos deuses nórdicos) de qualidade. Por anos, Walt Simonson levou ao personagem muita aventura, com doses de humanidade, reverenciando a fase clássica de Stan Lee & Jack Kirby e dando alguns passos além. Um deles foi nesta saga. Se todo aquele que for digno se transformará no poderoso Thor se conseguir erguer o martelo encantando Mjolnir, isso vale para um nobre guerreiro alienígena? Surge aqui Bill Raio Beta, um dos mais inusitados e interessantes personagens da mitologia do Deus do Trovão.
“A Saga de Surtur” (1984-85), de Walt Simonson
Uma grande fusão entre mitologia nórdica e super-heróis. Surtur, um demônio poderosíssimo, ameaça a Terra com o Inverno Eterno. Vingadores e Quarteto Fantástico entram em ação, mas quem melhor do que Odin, o pai supremo de Asgard, para conter a ameaça?
Entretanto, nem todo o poder de Odin é suficiente, e ele lutará lado a lado com seus dois filhos – Thor e Loki, em uma das primeiras aparições mais profundas do Deus da Trapaça. É neste momento que Loki começa a deixar o reles papel de vilão eterno para ganhar ares de aventureiro quase amoral – como, aliás, foi imortalizado no Universo Cinematográfico Marvel.
“Loki” (2004), de Robert Rodi e Esad Ribic
Uma minissérie interessante, e que não se passa necessariamente na cronologia oficial da Marvel. O que acontece quando Loki derrota Thor e vira senhor supremo de Asgard? Terá, finalmente, o sossego que deseja? Uma obra mais reflexiva, cujas introspecções são ampliadas pela linda arte pintada de Esad Ribic.
“A Deusa do Trovão” (2014), de Jason Aaron e Russell Dauterman
Uma série que vale uma checada pela abordagem original. Por mais de 50 anos, Jane Foster foi apenas o par romântico do Deus do Trovão. Mas e se ela for digna e conseguir erguer o martelo encantando Mjolnir? Estaria o mundo preparado para a poderosa Thor?
ps – Vou aproveitar esta “Semana do Trovão” e publicar quatro matérias sobre Thor no site Hábito de Quadrinhos, primo-irmão desta coluna:
Segunda: A primeira versão feminina do Thor não foi Jane Foster
Quarta: Até Superman e Mulher-Maravilha, da rival DC, já ergueram o martelo do Thor
Quinta: Aquela vez em que Thor virou sapo e mais curiosidades sobre o Deus do Trovão
Sexta: A DC tem seu próprio Thor - que surgiu anos antes do herói da Marvel
Pedro Cirne é formado em jornalismo, desenhos e histórias em quadrinhos. É autor do romance “Venha me ver enquanto estou viva” e da graphic novel “Púrpura”, ilustrada por 17 artistas dos 8 países que falam português.
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