Houve uma época em que médicos até liberavam alguma bebida alcoólica para grávidas, mas isso mudou e agora a recomendação é zero consumo de álcool durante a gestação.
Dia 9 de setembro é o dia Mundial de Prevenção da Síndrome Alcoólica Fetal (SAF) e o CISA, Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool, está fazendo a campanha #gravidezsemalcool, que conta com o apoio do Papo de Mãe.
Médicos explicam que o álcool pode atingir os órgãos do bebê em qualquer fase da gestação, inclusive o cérebro. Este comprometimento dos órgãos recebe o nome de Síndrome Alcoólica Fetal, que não tem cura e pode se manifestar ao longo da vida da criança revelando problemas de comportamento e aprendizagem, além de aumentar o risco do consumo de drogas na adolescência.
A médica Conceição Segre, pediatra neonatal e conselheira do CISA, explica que de 1 a 3 em cada 1000 recém-nascidos vivos podem ser acometidos pela SAF. “Com base nesses dados, avalia-se que anualmente 119.000 crianças no mundo venham a nascer com SAF. Esses dados, porém, podem estar subestimados. Além disso, admite-se que para cada caso de SAF completa há pelo menos 10 casos da síndrome parcial, portanto pode-se admitir estarmos tratando de uma verdadeira epidemia, porém silenciosa.”, alerta a médica.
A Dra. Conceição fez uma lista do que crianças com SAF podem apresentar:
- Alterações faciais (como borda vermelha do lábio superior muito fina, ausência do filtro nasal, fendas palpebrais pequenas);
- Tamanho pequeno da cabeça (microcefalia);
- Comprometimento da estatura;
- Peso baixo para a idade;
- Coordenação motora comprometida;
- Hiperatividade;
- Memória comprometida;
- Dificuldades escolares (principalmente para matemática);
- Deficiência de linguagem;
- Quociente Intelectual (QI) baixo;
- Deficiência na capacidade de julgamento e no relacionamento com outras pessoas;
- Problemas auditivos;
- Problemas visuais;
- Problemas em outros órgãos (coração, rins, ossos).
A médica ressalta que a exposição ao álcool durante a gestação não resulta necessariamente em SAF: “O principal problema é que não se conhecem níveis seguros de consumo de álcool durante a gravidez, abaixo dos quais o feto não será comprometido. Portanto, a prevenção é a única maneira que se tem para enfrentar a SAF.”
Conclusão: Se engravidar não beba e se beber, não engravide!
Veja mais detalhes da campanha no Instagram do CISA e do Papo de Mãe. E também no nosso site: www.papodemae.com.br
Assista aqui ao programa Papo de Mãe sobre álcool e gestação, com a participação do ginecologista e obstetra Corintio Mariani:
Mariana Kotscho é jornalista e trabalha em televisão há 28 anos. Foi repórter da Rede Globo por 12 anos. Com passagens também pelo SBT e Record TV. Desde 2009, é apresentadora do programa Papo de Mãe, da TV Cultura.
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