Fundação Padre Anchieta

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Getty Images Mensagem multimídia nem sempre é a mais oportuna

Multimídia é a cereja do bolo da internet, que surgiu baseada em marcação de hipertexto – os links que clicamos para navegar entre páginas diversas – e evoluiu para uma experiência rica do usuário. A comunicação por meio de áudio e vídeo já se consolidou e garante inclusão para quem não tem habilidades de escrita e leitura desenvolvidas. No entanto, a prática traz alguns problemas de ciberconvivência, como dificuldade de pesquisa e até de conduta netsocial.

Quando aquela resposta urgente chega por áudio do Whatsapp bem na hora de uma reunião, momento em que não se pode ouvi-la. Quando a informação que você procura está gravada em um dos diversos vídeos arquivados e não aparece na busca por palavra-chave. Situações como essas podem fazer a pessoa valorizar a escrita, nem que seja por um instante.

Uma das riquezas da rede é a possibilidade de indexar conteúdos, facilitando sua rastreabilidade. Esse processo consiste em organizar assuntos de forma que possam ser achados pelos mecanismos de pesquisa online, mas também por aquela caixa de busca do seu email ou do seu mensageiro preferido.

Para organizar em índices, os serviços precisam conhecer o que a mídia traz de informação. Se for texto, dá para vasculhar e identificar as palavras com etiquetas, conhecidas na rede por tags. Mas se for áudio ou vídeo complica: nem sempre os metadados – dados que descrevem os dados que estão no arquivo - estão estruturados de forma a permitir a associação entre a pesquisa e o conteúdo da mídia.

Embora já existam robôs que transformam em texto material gravado, essa inteligência artificial ainda não é tão abrangente a ponto de transcrever toda conversa de áudio no grupinho da família, por exemplo. Mesmo plataformas avançadas e dedicadas a multimídia têm dificuldade para indexar o conteúdo do vídeo.

Por essa razão, ao publicar em serviços como Youtube ou Soundcloud é importante utilizar os campos de título, descrição e tags para gerar metadados que ajudem a organizar os assuntos, mesmo quando a intenção for embutir o arquivo em uma outra página, fora da plataforma. Quanto mais informações houver, mais rastreável será o material.

Da mesma forma, salvar arquivos com nomes associados ao conteúdo ajuda na indexação. Uma foto de um jogo de futebol, por exemplo, ficará perdida entre os arquivos - locais ou da rede - se tiver um nome genérico ou inidentificável, do tipo “imagem.jpg”. A dica vale para qualquer arquivo, inclusive os de texto.

O texto escrito constitui a maioria do conteúdo ofertado, mas o consumo de áudio e vídeo vem crescendo com força e já conta com a preferência de mais de 70% dos brasileiros conectados, segundo pesquisa TIC Domicílios 2019. Já que essa é a tendência, é boa hora para entender melhor como esses arquivos se comportam na rede.

E do ponto de vista da netiqueta – boas maneiras na internet –, é sempre recomendável avaliar se áudio ou vídeo são realmente as melhores opções de comunicação, se o destinatário estará em local e momento apropriados para ver ou ouvir algo. Na dúvida, optar pelo bom e velho texto pode ser a melhor alternativa.

Ricardo Fotios é jornalista, professor universitário e pesquisador de temáticas relacionadas ao uso de tecnologias no ecossistema da comunicação e cibercultura. É autor de Reportagem Orientada pelo Clique (Appris, 2018) e pesquisador associado ao ESPM MediaLab.