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 SpaceX/Starlink
SpaceX/Starlink

O fenômeno se deu no primeiro domingo de maio, dia 2, quando pesquisas por termos relacionados a uma intrigante fila de luzes no céu do Brasil alcançaram o pico de popularidade no Google. Naquela noite, uma das redes de satélites da provedora de internet Starlink pôde ser vista, causando espanto em quem não sabia do que se tratava.

A expectativa é de que os equipamentos possam ser avistados novamente na noite desta quinta-feira (13), a partir das 18h37, na direção Leste. É possível acompanhar o trajeto dos satélites pelo site ou aplicativo Find Starlink, que também faz a projeção de onde estarão visíveis nos próximos dias.

Nas redes sociais, alguns especulavam que as estrelas estavam andando em grupo, outros acreditavam ser balões luminosos. Não faltaram também apostas em uma suposta invasão alienígena: “acho que é um engarrafamento de aliens”, brincou um morador de Minas Gerais, no Twitter.

Aquela não foi a primeira “aparição” dos equipamentos do empresário Elon Musk, CEO da Tesla Motors – fabricante de carros elétricos - e da SpaceX – desenvolvedora de veículos espaciais que fazem os lançamentos da Starlink. Desde a primeira constelação de 60 satélites, entregues em maio de 2019, há relatos ao redor do mundo sobre o “trem de luzes” no céu.

A evolução mais recente da rede aconteceu no último domingo (9), quando o foguete Falcon 9 lançou mais 60 satélites na constelação, totalizando 1.558 equipamentos do tipo na órbita terrestre – já foram lançados 1.625, mas 67 deles voltaram para a Terra. O número é muito próximo da meta da empresa na primeira fase do projeto, que é de chegar a 1.680 satélites, quantidade suficiente para oferecer conectividade em banda larga para todo o planeta, segundo a CEO Gwynne Shotwell.

Para se ter ideia do apetite empresarial da empresa de Musk, a OneWeb – companhia baseada em Londres e concorrente da Starlink no negócio de acesso a internet por satélite - pretende ter 648 satélites em sua constelação na primeira fase, dos quais já lançou 184.

A empresa britânica chegou a falar em falência no início de 2020, mas conseguiu reverter o quadro financeiro com aporte de investidores europeus, americanos e asiáticos em janeiro deste ano, possibilitando lançamentos espaciais em março e abril, além de mais dois previstos para 27 de maio e 1º de julho próximos.

Embora a ideia de oferecer internet de alta velocidade por satélite seja a mesma, as duas companhias operam em condições muito distintas. Enquanto Musk controla toda a cadeia do negócio - incluindo fabricação, lançamento e vendas -, a OneWeb desenvolve a tecnologia dos satélites, mas o lançamento espacial fica por conta de parceiros estratégicos, como o foguete russo Soyuz. Sem falar que a Starlink conta com o financiamento da própria SpaceX, e a britânica depende de investidores, como os grupos Virgin e Qualcomm.

De qualquer forma, o negócio parece promissor ou não atrairia tanto interesse de gente graúda de mercado. Aqui no Brasil, a Starlink já oferece reserva de assinaturas, embora ainda não esteja operando de fato. O que dá para fazer, por enquanto, é observar o “trem de luzes” e criar histórias fantásticas com a visão luminosa de satélites de 260kg cada que orbitam a Terra, planetinha lindo e cada vez mais redondo.

Ricardo Fotios é jornalista, professor universitário e pesquisador de temáticas relacionadas ao uso de tecnologias no ecossistema da comunicação e da cibercultura. É autor de Reportagem Orientada pelo Clique (Appris, 2018).