O secretário de transporte americano, Pete Buttigieg, e o chefe da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês), Steve Dickson, solicitaram o atraso em carta à AT&T e à Verizon, duas das maiores operadoras do país.
Eles pediram um adiamento "por um curto período adicional de não mais de duas semanas". As duas empresas disseram que estão analisando o pedido.
O lançamento havia sido planejado originalmente para 5 de dezembro, mas foi adiado para 5 de janeiro depois que as gigantes da aviação Airbus e Boeing levantaram preocupações sobre a potencial interferência do 5G nos dispositivos que os aviões usam para medir a altitude. A faixa de frequências usada por ambas as tecnologias é a mesma.
Buttigieg e Dickson basearam a solicitação na ameaça de graves impactos nas viagens aéreas, caso o lançamento do 5G realmente gerasse problemas técnicos. Na carta, as autoridades americanas garantem às empresas que o serviço 5G poderá começar "conforme planejado em janeiro, com algumas exceções em aeroportos prioritários".
Os oficiais dizem que sua prioridade tem sido "proteger a segurança dos voos, garantindo que a implantação do 5G e as operações de aviação possam coexistir".
A AT&T e a Verizon adquiriram a autorização para começar a usar a frequência de 3,7-3,8 GHz - o chamado serviço de banda C - em fevereiro de 2021, após pagar dezenas de bilhões de dólares.
Inicialmente, a data inicial de lançamento da rede de Internet de alta velocidade foi adiada para que a FAA pudesse obter mais informações sobre os efeitos nos instrumentos de altímetro.
Conflitos de interesses econômicos
O lançamento e o atraso representam problemas financeiros para duas indústrias importantes dos EUA.
As operadoras de telecomunicações, que pagaram bilhões por licenças de frequência, estão ansiosas para lançar o uso comercial da tecnologia 5G.
Por outro lado, a indústria da aviação teme problemas potenciais causados por interferências de frequência que podem ter efeitos propagadores generalizados.
Os custos extras de atualização de suas instalações para torná-los compatíveis com 5G também preocupam.
A FAA solicitou mais informações sobre os instrumentos e emitiu diretrizes limitando o uso de altímetros em certas situações, o que gerou temores nas companhias aéreas sobre os custos potenciais.
O conflito entre redes 5G e equipamentos de aeronaves levou as autoridades francesas a recomendar o desligamento dos telefones celulares 5G nos aviões, em fevereiro de 2021. A autoridade de aviação civil da França disse que a interferência de um sinal em uma frequência próxima ao rádio-altímetro pode causar erros "críticos" durante o pouso.
le (dpa, afp)
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