A prisão foi anunciada pelo próprio Comitê de Segurança Nacional, responsável por contraespionagem e combate ao terrorismo, e que ele havia chefiado até ser demitido nesta quarta-feira pelo presidente do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev.
O país tem enfrentado dias de distúrbios na maior onda de manifestações desde que o país se tornou independente, no início da década de 1990, durante o desmantelamento da União Soviética.
Mais de 4 mil presos
O Ministério do Interior do país informou também neste sábado que forças de segurança mataram 26 manifestantes e que 18 policiais morreram nos confrontos dos últimos dias. Mais que 4.400 pessoas foram presas.
Neste sábado, não houve nenhum relato imediato de distúrbios em Almaty, mas a polícia dispersou uma manifestação e fez detenções na cidade de Aktau, enquanto tiros esporádicos foram ouvidos em Kyzylorda, de acordo com a agência de notícias russa Sputnik.
A pedido de Tokayev, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva, uma aliança militar liderada pela Rússia de seis ex-estados soviéticos, enviou cerca de 2.500 soldados, principalmente russos, para o Cazaquistão como "força de pacificação".
Parte da força está guardando instalações do governo na capital Nur-Sultan, que "possibilitou a liberação de parte as forças das agências de aplicação da lei do Cazaquistão e redistribuí-las a Almaty para participar da operação antiterrorista'', disse uma declaração do escritório de Tokayev.
Tokayev autorizou na sexta-feira as forças de segurança a atirar para matar aqueles que participam de distúrbios.
"Situação se estabilizando"
Em telefonema com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Tokayev disse que a situação no país está se estabilizando. "Ao mesmo tempo, focos de ataques terroristas persistem. Logo, a luta contra o terrorismo prosseguirá com plena determinação", teria dito o chefe de Estado, segundo informação divulgada por seu escritório.
O Kremlin disse que Putin apoiou a ideia de Tokayev de convocar uma videochamada de lideranças da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC), aliança militar liderada pela Rússia. A OTSC, enviou tropas ao Cazaquistão para ajudar a restaurar a ordem no país. Não ficou claro quando a chamada aconteceria.
Também neste sábado, Moscou classificou de "grosseiros" os comentários do secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que havia alertado na sexta-feira que seria "muito difícil" para o Cazaquistão conseguir que os militares russos deixem o país. "Uma lição da história recente é que uma vez que os russos estão em sua casa, às vezes é muito difícil fazê-los sair", afirmou Blinken.
md (DPA, AP, Reuters, AFP)
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