No momento em que a variante ômicron do coronavírus gera sobrecargas em hospitais mundo afora, os novos medicamentos ampliam o arsenal de combate à doença e aumentam as chances de evitar mortes e reduzir o número de doentes em estado grave.
Em artigo publicado no British Medical Journal, especialistas da OMS afirmam que o medicamento contra artrite reumatoide baricitinib, em combinação com corticosteroides, deve ser usado no tratamento de pacientes em estado grave ou crítico, e pode resultar num aumento do número de sobreviventes e na redução da necessidade de ventiladores.
Além disso, o tratamento com anticorpos sintéticos sotrovimab pode ser aplicado em pessoas com infecções não graves, mas com alto risco de hospitalização, como os idosos ou indivíduos com imunodeficiência ou doenças crônicas, como diabetes.
A OMS considerou insignificantes os benefícios do sotrovimab para pessoas que não estão em risco de hospitalização. Além disso, sua eficácia contra a ômicron ainda é incerta.
Os medicamentos contra a artrite tocilizumab e sarilumab, os quais a OMS recomendou em julho, são inibidores de interleucina (IL-6) que suprime reações perigosas do sistema imunológico ao coronavírus Sars-Cov-2.
O baricitinib está em uma classe diferente de medicamentos conhecida como inibidores de Janus Kinase, embora esteja sob as mesmas diretrizes estabelecidas para os inibidores de IL-6.
Ômicron dominante em vários países
As diretrizes indicam que o sotrovimab pode ser utilizado em pacientes com as mesmas condições dos que recebem o tratamento com anticorpos sintéticos Regeneron, aprovado pela OMS em setembro.
As recomendações de tratamento da OMS são atualizadas regularmente com base em novos dados, resultantes de testes clínicos.
A OMS informou que a ômicron, que consegue evitar a proteção dada por muitas vacinas e tratamentos, já foi identificada em 149 países e supera a variante delta com a cepa dominante em várias regiões, levando governos e cientistas a reforçarem as defesas contra a doença.
O baricitinib, da farmacêutica Lilly, é comercializado sob a marca Olumiant. O sotrovimab é produzido pelo laboratório GlaxoSmithKline (GSK).
rc (AFP, Reuters)
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