O país não registrava um número tão alto de infeções diárias desde 18 de setembro de 2021, quando contabilizara 150.110 casos num dia, mas naquela ocasião o número havia sido inflado pela inclusão de milhares de casos "atrasados" de semanas anteriores.
Antes, o Brasil havia registrado 115.228 casos em 23 de junho.
O número de casos diários no Brasil se multiplicou 80 vezes nas últimas duas semanas, passando de 1.720 em 2 de janeiro para 137.103 notificações nesta terça-feira.
O salto tem sido relacionado à rápida disseminação da variante ômicron do vírus Sars-CoV-2, causador da covid-19, depois das festas de fim de ano no país.
Para a epidemiologista Ethel Maciel, da Universidade Federal do Espírito Santo, tendo em conta o que ocorreu em outros países, "o Brasil alcançará o pico da onda atual em fevereiro".
Ela alertou, porém, que ainda não é possível avaliar o impacto do carnaval na disseminação do vírus e acrescentou que as próximas duas semanas serão decisivas para observar a evolução das hospitalizações.
O número de mortes nesta terça-feira foi o maior dos últimos dois meses, com a notificação de 351 óbitos, elevando o total oficial para 621.517.
Média móvel também é recorde
A média móvel de infecções saltou 2.592,7% nas últimas quatro semanas, passando de 3.090 casos por dia em 23 de dezembro, quando caíra para o menor nível em 20 meses graças ao avanço da campanha de vacinação, para o recorde de 83.205 infeções diárias registrado nesta terça-feira.
Especialistas avaliam que disseminação da ômicron, estirpe mais contagiosa e que já é predominante no país, seja responsável por mais de 90% dos novos casos. Oficialmente, porém, o governo contabilizou apenas 846 casos confirmados da nova variante e está investigando outras 1.060 infecções.
O Ministério da Saúde brasileiro destacou também que o país registrou 23.211.894 casos de covid-19 desde o início da pandemia.
as (Lusa, AFP, OTS)
REDES SOCIAIS