EUA advertem presidente da Ucrânia para não viajar a Munique



19/02/2022 07h19

Volodimir Zelenski anunciou que não alterou planos de voar neste sábado para a Alemanha a fim de atender a Conferência de Segurança de Munique. EUA, no entanto, advertem para que o líder não deixe o país neste momento.O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, disse que não mudou a agenda e os planos de voar para a Alemanha, neste sábado (19/02), para atender a Conferência de Segurança de Munique, em que líderes ocidentais discutem anualmente questões ligadas à segurança mundial.

Segundo o gabinete do líder ucraniano, ele deve se encontrar com a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, o chanceler federal alemão Olaf Scholz, e o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

O governo ucraniano também divulgou que "Zelenski espera acordos concretos em relação à entrega de apoio militar e financeiro", acrescentando que ele deve retornar a Kiev também neste sábado.

Os Estado Unidos, em contrapartida, teriam alertado Zelenski a não deixar a Ucrânia, devido às ameaças russas iminentes de uma invasão no país do Leste Europeu. Funcionários do governo americano argumentam que a ausência de Zelenski na Ucrânia poderá gerar falsas acusações, por parte da Rússia, de que ele deixou o país.

Por outro lado, os americanos também deixaram claro que a decisão de voar neste sábado para Munique é exclusiva de Zelenski. Entretanto, defendem que essa "poderia não ser a melhor escolha", segundo declaração do presidente Joe Biden.

Sem referir-se aos questionamentos feitos por Biden, o gabinete do líder ucraniano divulgou um comunicado no qual insiste que a situação no leste da Ucrânia "permanece sob total controle".

Novos desdobramentos na fronteira da Rússia com a Ucrânia ocorreram nesta sexta-feira e elevaram as tensões e os temores de um conflito armado na região.

Milícias separatistas relataram uma explosão de um carro-bomba próximo à sede do autoproclamado governo local em Donetsk, segundo informações de agências de notícias russas. Apesar de a explosão ter sido forte, não houve feridos, de acordo com relatos de testemunhas.

Grupos rebeldes começaram a evacuar a população civil da zona de conflito. O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou ao Ministro de Emergências de seu governo que viajasse até a fronteira para organizar abrigo para as pessoas que deixarem a região de Donbass, onde ficam as duas autoproclamadas repúblicas populares dos separatistas, em Lugansk e Donetsk.

Biden está convencido de que invasão ocorrerá

Nesta sexta-feira, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que está convencido de que o líder russo, Vladimir Putin, tomou a decisão de invadir a Ucrânia. Biden declarou ter razões para acreditar que a invasão russa ao país vizinho irá ocorrer nos próximos dias, o que deve incluir também um ataque à capital, Kiev.

"Neste momento, estou convencido de que ele tomou essa decisão", disse Biden. O presidente americano explicou que essa avaliação se baseia em "capacidades significativas de inteligência", e que os EUA e seus aliados irão trabalhar em conjunto para assegurar que a Rússia pague um alto preço pela invasão.

Seus comentários vieram após uma videoconferência com líderes da Alemanha, França, Canadá, Itália, Polônia, Reino Unido, União Europeia e Otan.

Os aliados se comprometeram a seguir buscando meios diplomáticos para a solução do impasse no Leste Europeu, mas renovaram a ameaça da imposição coordenada e imediata de sanções de grande impacto em termos econômicos e diplomáticos, no caso de uma invasão russa.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, declarou neste sábado que a Rússia corre o risco de jogar fora sua prosperidade em caso de invasão à Ucrânia. Ela prometeu um "pacote robusto" de sanções financeiras e econômicas contra Moscou em caso de agressão.

gb (AFP, ots)

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