Também denominadas bombas termobáricas ou de aerosol, elas são capazes de provocar temperaturas extremamente altas. Enquanto a maioria dos explosivos tradicionais contém uma mistura de combustível e um agente oxidante, elas se compõem quase exclusivamente de combustível.
Após se espalhar pelo ar como uma nuvem, o combustível é acendido. Depois da deflagração e da onda de pressão, a explosão consome o oxigênio circundante, já que a carga não possui oxidante próprio. Em seguida, forma-se vácuo ou, mais precisamente, uma fase de pressão negativa.
Bombas de vácuo possuem enorme poder de destruição. A ONG Human Rights Watch cita um estudo da CIA a respeito: "Quem estiver próximo ao ponto de deflagração é aniquilado. Os mais distantes provavelmente sofrerão danos internos, portanto invisíveis, como rompimento dos tímpanos, traumatismos cerebrais, lesão dos pulmões e de outros órgãos, possivelmente cegueira."
Imagens nas redes sociais
O repórter Frederik Pleitgen, da emissora americana CNN, compartilhou no Twitter um vídeo que mostraria um sistema de bombas de vácuo avistado em território russo, na fronteira com a Ucrânia, e comentou: "O exército russo colocou em movimento, ao sul de Belgorod, o pesado lança-chamas TOS-1, que dispara mísseis termobáricos."
Nas redes sociais, circulam fotos e vídeos supostamente registrando a explosão e os efeitos de uma bomba termobárica lançada contra uma base miltar na cidade de Okhtyrka, na província ucraniana de Sumy.
A embaixadora dos EUA nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, comentou: "Nós vimos vídeos em que forças de combate russas transportam para a Ucrânia armas extraordinariamente letais, que não têm lugar no campo de batalha. Entre elas contam munição de dispersão e bombas de vácuo, proscritas pela Convenção de Genebra."
A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, também disse ter visto os registros, mas não pode afirmar que a Rússia tenha empregado o armamento proibido: antes seria necessário organizações internacionais avaliarem o material.
Caso confirmado: crime de guerra
Consultado pela DW, Frank Sauer, da Universidade da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs), em Munique, diz considerar "muito provável", com base nas imagens da Ucrânia, que bombas de aerosol tenha sido empregadas – embora não possa assegurar completamente.
O analista militar Gustav Gressel confirma: "Nenhuma outra arma, exceto as atômicas, tem essa potência, a meu ver." Também não se pode descartar que algum material explosivo tenha sido atingido no local, "mas aí teria sido mais provável ouvir uma série de detonações".
O jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung menciona que nos meios dos serviços secretos ocidentais há igualmente dúvidas de que se trate da detonação de uma bomba de vácuo.
Caso as informações nesse sentido se confirmem, porém, seria um crime de guerra, que a Ucrânia poderia levar a julgamento. O especialista Sauer explica: "A posse desses sistemas armamentistas não é proibida. Porém seu emprego em zonas habitadas é um crime de guerra, pois essas armas têm efeito num raio amplo."
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