Biden proíbe EUA de importarem petróleo e gás russo


Darko Janjevic

08/03/2022 14h59

O presidente norte-americano, Joe Biden, deseja punir Moscou pela guerra na Ucrânia. Importações da Rússia representam menos de 10% das compras americanas desses produtos. Já a União Europeia, mais dependente, descarta adotar medida semelhante. 

As sanções internacionais aos principais produtos de exportação da Rússia foram ampliadas nesta terça-feira (8), com o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de que seu país não importará mais petróleo e gás russo.

"Não faremos parte do ato de subsidiar a guerra de Putin", disse, descrevendo as exportações de energia como "a principal artéria da economia russa".

O presidente americano também advertiu as empresas petrolíferas e seus parceiros contra "aumentos excessivos de preços", na medida em que a guerra na Ucrânia e os receios de mais proibições elevam os preços da energia no mercado global. "A agressão da Rússia está nos custando a todos e não é hora de lucrar ou de manipular preços", afirmou.

A Casa Branca disse que as medidas de Biden servem para "continuar a responsabilizar a Rússia por sua guerra não provocada e injustificada contra a Ucrânia".


Qual é a posição da União Europeia?

Biden disse que os EUA decidiram sobre a proibição "em consultas estreitas com nossos parceiros e nossos aliados ao redor do mundo, particularmente na Europa", embora muitos deles possam não aderir ao boicote.

A União Europeia tem se recusado a proibir a importação de energia da Rússia, e o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, disse na segunda-feira que elas eram "essenciais" para a vida cotidiana na Europa.

Nesta terça, a Comissão Europeia publicou planos para reduzir em dois terços a dependência da União Europeia do gás russo neste ano, e acabar com sua dependência de combustível russo "bem antes de 2030".

Pouco antes do anúncio de Biden, o Reino Unido disse que iria eliminar gradualmente as importações de petróleo russo até o final de 2022.

Os Estados Unidos são muito menos dependentes da energia da Rússia do que a União Europeia. O petróleo e produtos petrolíferos da Rússia representam menos de 10% das importações americanas nesse setor. No entanto, a proibição foi anunciada enquanto o preço da gasolina americana atinge níveis recordes, como também ocorre em grande parte da Europa, com o petróleo bruto neste momento em seu maior preço desde 2008.


O que mais Biden disse?

Biden reconheceu que a proibição faria com que os preços dos combustíveis subissem ainda mais, mas se comprometeu a fazer todo o possível para "minimizar a alta dos preços de Putin" nos Estados Unidos.

Ele também instou os americanos a abraçarem a transição para a energia limpa, dizendo que isso tiraria o poder de "tiranos como Putin para usar combustíveis fósseis como armas contra outras nações".

O presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, já havia pedido aos líderes ocidentais que incluíssem as exportações de energia da Rússia, uma fonte essencial de renda para o Kremlin, no pacote de sanções contra Moscou.

Ao anunciar a proibição, Biden prometeu continuar apoiando a Ucrânia e disse que "a guerra de Putin contra a Ucrânia deixaria a Rússia mais fraca e o resto do mundo mais forte".

Ele também disse que os Estados Unidos "dividiriam a responsabilidade e o custo de cuidar dos refugiados", já que o número de pessoas que fogem da Ucrânia supera os 2 milhões.

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