O anúncio foi feito nesta sexta-feira (25/03) pelo presidente americano, Joe Biden, que está em viagem pela Europa, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em Bruxelas, na Bélgica. Ainda nesta sexta, Biden visitará a Polônia, a fim de observar de perto a situação dos refugiados provindos da Ucrânia.
Para assegurar o compromisso e o repasse extra de 15 bilhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito para a União Europeia ainda este ano, os Estados Unidos devem trabalhar junto a parceiros internacionais. Desta forma, o montante não seria importado apenas diretamente dos EUA à UE.
A Comissão Europeia, por outro lado, deve atuar junto aos países que compõem o bloco a fim de assegurar-lhes o recebimento extra de 50 bilhões de metros cúbicos de gás até 2030. Somente no ano passado, a UE comprou em torno de 22 bilhões de metros cúbicos dos Estados Unidos.
Ao todo, somente em 2021, a UE importou cerca de 80 bilhões de metros cúbicos de gás natural liquefeito. Não está claro, porém, se os 15 bilhões de metros cúbicos extras vão justamente fechar com os 80 bilhões do ano passado ou se ultrapassarão o montante, chegando a 95 milhões de metros cúbicos no total.
O acordo deve gerar investimentos de infraestrutura, a exemplo de terminais e conexões entre EUA e UE. Ao mesmo tempo, a ideia é, com a transição gradual para o aumento da produção e do uso de energia renovável (como solar ou eólica), diminuir as emissões de gases de efeito estufa provenientes das estruturas atuais de gás, como o vazamento de metano.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse que o bloco pretende eliminar a dependência do gás russo até 2027, e classificou o acordo como "um grande passo” rumo a esse objetivo.
Já o presidente americano comentou que EUA e UE estão unindo esforços para reduzir a dependência da Europa do gás russo: "Não devemos subsidiar o ataque brutal de Putin à Ucrânia”, destacou.
Alemanha quer reduzir dependência o mais rápido possível
Em meio às sanções que muitos países ocidentais têm imposto a Moscou devido à invasão à Ucrânia, que começou oficialmente em 24 de fevereiro, a Alemanha tem se mostrado reticente, principalmente em relação à importação de energia da Rússia.
Nesta sexta-feira, no entanto, o país anunciou que pretende diminuir de maneira rápida e significativa a dependência de gás e carvão até o próximo outono, no fim deste ano.
Em um comunicado, o Ministério da Economia da Alemanha informou que "até o meio do ano, as importações russas de petróleo para a Alemanha devem diminuir pela metade, e queremos uma ‘quase independência' até o final do ano”.
"Até o outono, podemos nos tornar totalmente independentes do carvão russo", diz o mesmo documento, acrescentando, ainda, que a Alemanha pode ficar "‘bastante independente'” até meados de 2024.
gb (Reuters, Lusa, ots)
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