"Como resultado de um incêndio, munição foi detonada no cruzador de mísseis Moskva. O navio foi seriamente danificado", afirmou o Ministério da Defesa russo, acrescentando que a causa do incêndio está sendo determinada e que a tripulação precisou ser retirada da embarcação.
Mais cedo, o governador de Odessa, na Ucrânia, dissera que forças ucranianas atingiram o Moskva com mísseis. "Mísseis Netuno protegendo o Mar Negro causaram danos muito sérios ao navio russo. Glória à Ucrânia!", escreveu o governador Maksym Marchenko no Telegram.
Um porta-voz da administração militar de Odessa, Serguei Bratchuk, também disse no Telegram que, "de acordo com os dados disponíveis, a causa dos 'danos graves' foram os mísseis de cruzeiro domésticos 'Netuno'".
Já o conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych afirmou apenas que "uma surpresa aconteceu" com o Moskva. "Ele queima fortemente. Agora mesmo. E com este mar tempestuoso, não se sabe se eles poderão receber ajuda", declarou em uma transmissão no YouTube.
O naufrágio do cruzador de mísseis seria um grande golpe para a Rússia, depois de o porta-tanques Orsk ter sido atingido e incendiado em um ataque em Berdyansk, no Mar de Azov, no final de março.
A Marinha russa tem lançado mísseis de cruzeiro na Ucrânia, e suas atividades no Mar Negro são cruciais para apoiar as operações em terra no sul do país, onde luta para assumir o controle total do porto de Mariupol.
Navio da era soviética
O Moskva foi originalmente construído na era soviética em Mykolaiv, na Ucrânia, e entrou em serviço no início dos anos 1980, segundo a imprensa russa. Com uma tripulação de cerca de 500 pessoas, a embarcação foi anteriormente utilizada na guerra da Síria, onde serviu como proteção naval para a base aérea de Hmeimim das forças russas.
O cruzador de mísseis carrega 16 mísseis antinavio P-1000 Vulkan, bem como uma série de armas antissubmarino e outros tipos de armas, segundo relatos.
O Moskva ganhou notoriedade no início da guerra na Ucrânia quando exigiu a rendição das tropas de fronteira ucranianas que defendiam a estratégica Ilha das Serpentes, mas estas se recusaram desafiadoramente.
Acreditava-se inicialmente que os soldados em questão haviam sido mortos, mas na verdade foram capturados. Eles foram libertados como parte de uma troca de prisioneiros com a Rússia no final de março, segundo o Parlamento ucraniano.
A ombudswoman de direitos humanos da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse que os soldados descreveram ter sido levados para um local desconhecido, onde foram mantidos em condições de baixíssimas temperaturas.
ek/lf (AFP, AP, Reuters)
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