Zelenski agradece ucranianos por 50 dias de resistência



15/04/2022 07h24

Presidente ucraniano afirma que defesa do país por tanto tempo é uma conquista. Data é marcada por naufrágio de navio de guerra russo. Moscou intensifica ataques na região de Kiev.O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, agradeceu os ucranianos pelos 50 dias de resistência à invasão russa em um vídeo publicado no fim da noite desta quinta-feira (14/04). A data foi marcada por uma grande derrota simbólica sofrida por Moscou, cujo navio mais importante da marinha no Mar Negro, o cruzador de mísseis Moskva, afundou após um ataque das tropas de Kiev.

Zelenski saudou os ucranianos por sua determinação e por terem tomado "a decisão mais importante de suas vidas" a de lutar. "Graças a Deus, às Forças Armadas ucranianas e ao nosso povo, defendemos a maior parte do nosso país. 50 dias de defesa é uma conquista. Uma conquista de milhões de ucranianos", afirmou em seu habitual discurso noturno dirigido à população.

O presidente instou ainda os ucranianos a se orgulharem de terem sobrevivido a 50 dias sob ataque russo, quando os invasores lhes deram "um máximo de cinco". Naquela altura, até mesmo líderes mundiais amigos o exortaram a partir, sem saber se a Ucrânia poderia sobreviver, contou. A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro, desencadeando uma guerra que já deixou centenas de mortos e levou milhões de ucranianos a fugir do país.

Segundo Zelenski, muito os aconselharam a "se render à tirania". "Para dizer o mínimo, ninguém estava convencido de que sobreviveríamos. Mas eles não sabiam como os ucranianos são corajosos, como valorizamos a liberdade e a possibilidade de viver como desejamos", acrescentou.

Listando as formas como a Ucrânia se defendeu, Zelenski citou "aqueles que mostraram que os navios de guerra russos podem navegar para longe, mesmo que seja até ao fundo" do mar, em referência ao Moskva – a única feita no discurso.

No discurso, o presidente agradeceu ainda a todos que apoiam a Ucrânia e afirmou que passou a olhar para muitos líderes políticos de maneira diferente. Em resposta à invasão russa, vários países ocidentais, incluindo Estados Unidos e as nações da União Europeia, impuseram uma série de sanções à Rússia, além de enviar Kiev armas.

Ataques em Kiev e intensificação no leste

Após o naufrágio do Moskva, o Ministério da Defesa da Rússia prometeu nesta sexta-feira intensificar os ataques contra Kiev em retaliação a supostos ataques ucranianos a cidades russas próximas à fronteira. O ministério afirmou ainda ter atingido um alvo militar na região da capital ucraniana num ataque aéreo noturno.

Fortes explosões foram ouvidas ao longo da noite em Kiev, e teriam sido as mais maiores desde a retirada das tropas russas da região no início de abril, de acordo com a agência de notícias Reuters.

No comunicado, o ministério também disse ter assumido o controle de uma siderúrgica em Mariupol – cidade que está sitiada por tropas russas há semanas.

Segundo as Forças Armadas da Ucrânia, as tropas russas concentraram os ataques no leste da Ucrânia numa tentativa de capturar as cidades de Popasna e Rubizhne na região de Lugansk. Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, Kiev diz esperar uma intensificação da ofensiva russa nesta área nos próximos dias, onde Moscou tem aumentado a presença militar. Soldados russos que estavam ao norte de Chernigov foram deslocados para Sievierodonetsk.

Desde 2014, a Ucrânia aumentou a presença militar no leste do país, onde combatia os separatistas pró-Rússia em Donetsk e Lugansk.

O governo ucraniano também anunciou que trocou soldados capturados com a Rússia. "Após negociações tensas, conseguimos chegar a um acordo sobre a troca de prisioneiros perto de Posad-Pokrovskoye, onde quatro militares russos foram trocados por cinco dos nossos", disse o Ministério de Defesa ucraniano.

CN (Reuters, Lusa, ap, afp)

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