O lançamento ocorreu após três dias de exercícios militares de grande escala das Forças Armadas americanas e sul-coreanas. O Estado-maior da Coreia do Sul informou: "Nossos militares reforçaram a vigilância em antecipação de novos lançamentos. A Coreia do Sul e os Estados Unidos cooperam estreitamente e estão totalmente preparados."
Estas foram as primeiras manobras conjuntas dos dois países desde a posse de Yoon Suk-yeol como presidente da Coreia do Sul, no início de maio. Dos exercícios participa o porta-aviões USS Ronald Reagan, de 100 mil toneladas e propulsão nuclear. Desde novembro de 2017 uma embarcação desse tipo não participava dos exercícios.
Possível retaliação de Kim a manobras conjuntas
Há bastante tempo Pyongyang protesta contra a realização desse tipo de manobras, que vê como um ensaio geral para a invasão do país. Por sua vez, ao assumir o cargo, Yoon prometeu uma política mais firme em relação à Coreia do Norte.
Washington e Seul veem o programa balístico e nuclear norte-coreano como uma ameaça, e o exercício a partir de Sunan "reforçou a determinação dos dois países em responder energicamente a qualquer provocação norte-coreana, ao mesmo tempo que demonstrou o empenho dos Estados Unidos em proporcionar uma dissuasão expandida", prossegue a nota das Forças Armadas sul-coreanas.
Segundo um pesquisador do Instituto Asan de Estudos Políticos Go Myong-hyun, o número inusitamente elevado de mísseis lançados de uma só vez leva a crer que se trate de uma retaliação do regime de Kim Jong-un aos exercícios.
Numa cúpula com Yoon em maio, em Seul, o presidente dos EUA, Joe Biden, garantiu que Washington poderia, se necessário, utilizar "meios estratégicos" para dissuadir Pyongyang. Horas depois da partida de Biden da região, a Coreia do Norte disparou três foguetes, incluindo um Hwasong-17, considerado o míssil balístico intercontinental mais potente do arsenal nacional.
Há semanas Seul e Washington advertiram para a possibilidade de Pyongyang realizar seu sétimo teste nuclear, pela primeira vez desde 2017. Na época, Kim suspendera os testes nucleares e de mísseis de longo alcance, durante conversações com o então presidente americano Donald Trump.
No entanto essas negociações foram declaradas fracassadas dois anos mais tarde, e a Coreia do Norte quebrou a moratória autoimposta ao disparar um míssil intercontinental (ICBM) no fim de março último. Novas imagens de satélite mostram que neste ínterim o país asiático de regime socialista retomou a construção de um reator nuclear, em meio a um surto de covid-19.
av (AFP,Lusa,Reuters,AP,DPA)
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