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Prédio residencial destruído em Kharkiv: administração local disse que 606 civis foram mortos e 1.248 ficaram feridos na regiãoRelatório baseado em investigação da entidade aponta que tropas atacaram indiscriminadamente áreas residenciais em Kharkiv, matando centenas de civis e usaram bombas proibidas internacionalmente.A Anistia Internacional (AI) acusou nesta segunda-feira (13/06) a Rússia de crimes de guerra na Ucrânia, dizendo que tropas do país atacaram indiscriminadamente áreas residenciais em Kharkiv, matando centenas de civis, e usaram bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente.

"Os repetidos bombardeios de bairros residenciais em Kharkiv são ataques indiscriminados que mataram e feriram centenas de civis e, como tal, constituem crimes de guerra", disse o grupo de direitos humanos em um relatório sobre a segunda maior cidade da Ucrânia, localizada no nordeste do país.

"Isso vale tanto para os ataques realizados com munições de fragmentação quanto para aqueles realizados com outros tipos de foguetes não guiados e projéteis de artilharia não guiados", afirmou. "O uso continuado de tais armas explosivas imprecisas em áreas civis povoadas, com conhecimento de que causam repetidamente um grande número de baixas civis, pode até equivaler a direcionar ataques contra a população civil."

A AI exige que os responsáveis sejam levados à Justiça e que feridos e parentes das vítimas sejam indenizados.

Entrevistas com testemunhas

A ONG investigou 41 ataques russos que mataram pelo menos 62 pessoas e feriram pelo menos 196. Membros da entidade entrevistaram 160 pessoas em Kharkiv durante duas semanas em abril e maio, incluindo sobreviventes, parentes das vítimas, testemunhas e médicos.

A administração militar de Kharkiv disse à AI que 606 civis foram mortos e 1.248 ficaram feridos na região desde o início do conflito.

A AI afirmou que descobriu provas em Kharkiv do uso pelas forças russas de bombas de fragmentação do tipo 9N210 e 9N235 e de minas terrestres de fragmentação, todas proibidas por convenções internacionais.

Bombas de fragmentação liberam dezenas de pequenas bombas ou granadas no ar, espalhando-as indiscriminadamente por centenas de metros quadrados.

As minas terrestres de fragmentação combinam "os piores atributos possíveis de munições de fragmentação e minas terrestres", acusa a AI.

Já os projéteis de artilharia não guiados têm uma margem de erro de mais de 100 metros.

O relatório, intitulado Qualquer um pode morrer a qualquer momento, detalha como as forças russas começaram a atacar áreas civis de Kharkiv no primeiro dia da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro.

O bombardeio "implacável" continuou por dois meses, causando "destruição por atacado" na cidade de 1,5 milhão de habitantes.

Pedaços de metal retirados de pacientes

"Pessoas foram mortas em suas casas e nas ruas, em parques infantis e cemitérios, enquanto estavam na fila para receber ajuda humanitária ou quando compravam comida e remédios", disse Donatella Rovera, especialista em resposta a crises da AI.

"O uso repetido de munições de fragmentação amplamente proibidas é chocante e mais uma indicação de total desrespeito pelas vidas de civis", afirma. "As forças russas responsáveis por esses ataques horríveis devem ser responsabilizadas."

Investigadores da Anistia Internacional tiveram acesso a estilhaços metálicos removidos por médicos dos corpos de pacientes em hospitais. Alguns deles puderam ser claramente identificados como munições de fragmentação. Eles também encontraram em parques infantis pedaços de metal e outros componentes que claramente fazem parte desse tipo de munição.

Rússia e Ucrânia não assinaram convenções

A Rússia e a Ucrânia não assinaram as convenções internacionais que proíbem munições de fragmentação e minas antipessoais. Mas, a Anistia enfatizou que "o direito internacional humanitário proíbe ataques indiscriminados e o uso de armas que são indiscriminadas por natureza".

"Lançar ataques indiscriminados que resultem em morte ou ferimentos a civis, ou danos a bens civis, constitui crime de guerra", afirma a organização.

Uma das testemunhas com quem a AI falou sobreviveu ao câncer, mas acabou perdendo as duas pernas em um ataque russo com bomba de fragmentação. Olena Sorokina, de 57 anos, estava do lado de fora de seu prédio quando foi atingida por estilhaços. Ela perdeu uma perna instantaneamente, e a outra teve que ser amputada mais tarde.

Um vizinho que estava com ela foi morto no local. A filha dela disse que os estilhaços atravessaram o prédio. "Mesmo que minha mãe estivesse dentro de sua casa, ela teria sido atingida. Ela não teve chance diante de tal bombardeio", lamentou.

A Ucrânia diz que lançou mais de 12 mil investigações de crimes de guerra desde o início da invasão russa.

md/lf (AFP, DPA, ots)