O Relatório Global sobre Saúde Mental divulgado pela OMS nesta sexta-feira (17/06), afirma que casos de depressão e a ansiedade aumentaram 25% no primeiro ano após o surgimento do novo coronavírus.
No entanto, apenas 2% dos orçamentos nacionais de saúde – e menos de 1% da ajuda internacional de saúde – são dedicados a essas enfermidades, afirma o documento.
"Esses percentuais são muito baixos", observou Mark van Ommeren, consultor da Unidade de Saúde Mental da OMS. "O interesse na saúde mental no momento alcançou um recorde, mas, os investimentos não aumentaram. Esse relatório informa os países sobre como investir melhor suas verbas em saúde mental", afirmou.
"O sofrimento é enorme ao redor do mundo", acrescentou Van Ommeren.
Estigmatização
Segundo o consultor da OMS, os mais atingidos pela covid-19 e pelas restrições para conter a doença foram aqueles que já sofreiam com problemas de saúde mental anteriormente. Cerca de 1 bilhão de pessoas, ou uma em cada oito, possuía esse tipo de enfermidade em 2019.
O relatório afirma que abuso sexual na infância e o bullying são causas comuns de depressão, e joga luz sobre as enormes lacunas entre os países no acesso aos cuidados de saúde mental.
Enquanto mais de 70% dos que sofrem de psicose conseguem receber tratamento nos países mais ricos, esse percentual cai para 12% nas nações mais pobres.
O relatório pede ainda o fim da estigmatização associada à saúde mental. Segundo o documento, uma em cada 20 tentativas de suicídio leva à morte, sendo esse a causa de uma em cada 100 mortes anualmente em todo o mundo.
O diretor-geral da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou em nota que todos em algum momento da vida terão contato com alguém que sofre de problemas mentais. "Investir em saúde mental é um investimento em uma vida e num futuro melhor para todos."
rc/cn (DPA, AFP)
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