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"Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia", diz nota da embaixada americanaRepresentação americana divulga nota um dia após Bolsonaro repetir, diante de embaixadores estrangeiros, teorias fantasiosas para colocar em dúvida o sistema de votação brasileiro.A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília divulgou um comunicado nesta terça-feira (19/07) afirmando que as eleições brasileiras são um modelo para o mundo e que os americanos confiam na força das instituições do Brasil.

A nota foi publicada um dia após o presidenteJair Bolsonaro reunir diplomatas estrangeiros no Palácio da Alvorada para repetir teorias já refutadas, colocando em dúvida o sistema de votação brasileiro. No evento, realizado a menos de três meses do primeiro turno das eleições, Bolsonaro fez uma apresentação de mentiras sobre o sistema eleitoral, atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e exaltou um suposto papel das Forças Armadas na avaliação do processo eleitoral.

"As eleições brasileiras, conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas, servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo", afirma a representação diplomática americana.

"Os Estados Unidos confiam na força das instituições democráticas brasileiras. O país tem um forte histórico de eleições livres e justas, com transparência e altos níveis de participação dos eleitores", diz o texto.

A nota ressaltou ainda que Washington está confiante de que as eleições de 2022 vão refletir a "vontade do eleitorado" e que as instituições brasileiras continuam demonstrando "profundo compromisso com a democracia".

"À medida que os brasileiros confiam em seu sistema eleitoral, o Brasil mostrará ao mundo, mais uma vez, a força duradoura de sua democracia", conclui.

Conselho da CIA

Esta não foi a primeira vez que representantes do governo americano expressam confiança no sistema eleitoral brasileiro. Em maio, a agência de notícia Reuters revelou que o diretor da Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) disse a ministros do governo brasileiro que o presidente Jair Bolsonaro deveria parar de lançar dúvidas sobre o sistema de votação do país, durante um encontro em julho do ano passado.

Durante sua apresentação aos embaixadores nesta segunda, Bolsonaro tentou deslegitimar a autoridade do TSE para organizar as eleições e atacou nominalmente os ministros Luís Roberto Barroso, que presidiu a Corte até fevereiro, Edson Fachin, que atualmente comanda o tribunal, e Alexandre de Mores, que assumirá a presidência do TSE em 16 de agosto. Segundo Bolsonaro, os três "querem trazer instabilidade" ao Brasil ao não aceitarem as "sugestões das Forças Armadas" sobre a urna eletrônica.

O presidente também criticou o TSE por ter determinado que redes sociais desmonetizassem páginas e canais que disseminam notícias falsas e por "cassarem um deputado por fake news" – em referência ao deputado estadual pelo Paraná Fernando Francischini, cassado por disseminar em 2018 que teria havia fraude no cômputo de votos de modo a impedir a eleição de Bolsonaro como presidente, em decisão confirmada pelo Supremo.

Nesta terça-feira, um grupo de nove deputados da oposição pediu ao STF que autorize uma investigação contra Bolsonaro pelos seus ataques ao sistema eleitoral.

"Não pode o representado usar do cargo de presidente da República para subverter e atacar a ordem democrática, buscando criar verdadeiro caos no país e desestabilizar as instituições públicas", diz o documento enviado ao STF.

Também nesta terça-feira, um grupo de 43 procuradores dos direitos do cidadão em todo o país enviou à Procuradoria-Geral da República uma "notícia de ilícito eleitoral" contra Bolsonaro, com o objetivo de pressionar Aras a investigar o presidente pelo "ataque explícito ao sistema eleitoral, com inverdades contra a estrutura do Poder Judiciário Eleitoral e a democracia".

A imprensa estrangeira repercutiu a palestra de Bolsonaro no Palácio do Alvorada, comparando as atitudes do governante brasileiro ao comportamento do ex-presidente americano Donald Trump.

md/lf (Reuters, ots)