A organização vem há semanas manifestando preocupação com o nome da doença, que foi descoberta em humanos em 1970 na África e permanecia restrita àquele continente até maio, quando espalhou-se pelo mundo.
Especialistas advertem que o nome atual pode ser estigmatizante para o continente africano e para os primatas, que lhe deram o nome mas desempenham pouco papel em sua propagação. Recentemente, foram relatados casos no Brasil de pessoas atacando macacos por medo de doenças.
"A varíola dos macacos recebeu seu nome antes das práticas atuais de nomeação de doenças", disse a porta-voz da OMS, Fadela Chaib, a jornalistas em Genebra. "Queremos realmente encontrar um nome que não seja estigmatizante."
A consulta está aberta ao público em um site.
Origem do nome
A varíola dos macacos recebeu esse nome porque o vírus foi originalmente identificado em macacos mantidos para pesquisa na Dinamarca em 1958, mas a doença é encontrada em vários animais, e mais frequentemente em roedores.
A doença foi descoberta pela primeira vez em humanos em 1970 na República Democrática do Congo, com a propagação entre humanos desde então limitada principalmente a certos países da África Ocidental e Central, onde é endêmica.
Em maio, os casos da doença, que causa febre, dores musculares e lesões cutâneas, começaram a se espalhar rapidamente pelo mundo, principalmente entre homens que fazem sexo com homens. Mais de 31 mil casos foram confirmados em todo o mundo desde o início do ano, e 12 pessoas morreram, de acordo com a OMS, que designou o surto como uma emergência sanitária global.
Apesar de o vírus poder saltar de animais para humanos, os especialistas da OMS insistem que a recente propagação se deve à transmissão por meio do contato íntimo entre humanos.
A OMS anunciou na semana passada que um grupo de especialistas já havia concordado com alguns possíveis novos nomes para as variantes, ou clados, do vírus da varíola dos macacos.
Até agora, as duas principais variantes foram nomeadas em função das regiões geográficas onde circulavam, a Bacia do Congo e a África Ocidental. Os especialistas concordaram em renomeá-las usando numerais romanos, chamando-as de Clado I (um) e Clado II (dois). Uma subvariante da Clado II, agora conhecida como Clado IIb, é vista como a principal culpada pelo atual surto global.
bl/ek (AFP)
REDES SOCIAIS