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Nasa interrompeu a contagem regressiva quarenta minutos antes do horário previsto para lançamento do foguete Artemis I Problema em um dos motores durante contagem regressiva atrasa partida da missão que prepara o retorno do homem à superfície lunar. Programa é etapa intermediária de uma futura missão tripulada para Marte.Um problema em um motor de propulsão fez com que a agência aeroespacial americana Nasa adiasse o lançamento do foguete Artemis I, que estava marcado para esta segunda-feira (29/08).

A missão de teste não tripulada é o primeiro passo para a volta do homem à Lula desde a missão Apollo 17, em 1972.

A Nasa interrompeu a contagem regressiva a quarenta minutos do horário previsto do lançamento, devido a um problema com a temperatura de um dos quatro motores RS-25 do foguete de 98 metros de altura.

Segundo a agência, um teste para levar o motor ao nível de temperatura desejado durante o lançamento não obteve o resultado esperado. O foguete SLS e a cápsula Orion mantiveram-se em "configuração segura e estável", afirmou o diretor da Nasa, Bill Nelson.

"Não lançaremos até que esteja tudo certo", disse. "É uma máquina bastante complicada. Não se deve acender a vela até que ela esteja pronta." Nelson explicou que atrasos como esses são rotineiros, e que confia nos engenheiros da Nasa para a resolução do problema.

O novo lançamento não deve ocorrer até pelo menos esta sexta-feira. Dezenas de milhares de pessoas – incluindo a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris – estavam presentes no Centro Espacial Kennedy, na Flórida, para assistir ao lançamento, que ocorreria 50 anos após o programa Apollo enviar os últimos astronautas que estiveram na superfície da Lua.

O que é o programa Artemis?

O lançamento será o primeiro de uma série de seis missões à Lua planejadas para até 2028. Sem astronautas a bordo na nave espacial Orion, o Artemis I será basicamente um teste de segurança para viagens tripuladas futuras.

Iniciado em 2017 e formado pela Nasa, a Agência Espacial Europeia (ESA) e agências espaciais de outros países, o programa Artemis faz parte dos esforços para revitalizar programas espaciais. "Queremos ampliar o alcance dos seres humanos no espaço. A Lua é o nosso vizinho mais próximo. Apesar do potencial de pesquisa, o Artemis visa, sobretudo, conquistar nossa primeira âncora no espaço", afirma Schlutz.

A Nasa batizou o programa com o nome da irmã gêmea de Apolo, a deusa da Lua na mitologia grega.

A Orion é uma nave espacial parcialmente reutilizável, equipada com painéis solares e um sistema de acoplagem automático, e conta com motores de propulsão primário e secundário.

A ESA, juntamente com outras empresas europeias como a AirBus, foram centrais no desenvolvimento da tecnologia para a nave espacial, que comporta até seis tripulantes.

Em sua primeira viagem, a Orion levará três manequins, equipados com sensores de medição de radiação, aceleração e vibração.

Rumo a Marte

A longo prazo, o objetivo do Artemis é uma missão tripulada para Marte. Schlutz afirma que a Lua é um passo importante, pois será como uma espécie de posto avançado para essas missões. A previsão é que até o final desta década esteja concluída a primeira plataforma de pouso lunar.

A Administração Espacial Nacional da China e a agência espacial russa, Roscosmos, também têm planos de construir bases próprias na Lua até o início da década de 2030.

No Artemis, a base lunar auxiliaria as missões para Marte e seria usada como um posto avançado para aprimorar tecnologias e condições de vida. A viagem até ela duraria menos de uma semana.

"O ambiente na Lua é inóspito. Nosso maior desafio é proteger astronautas da radiação. Queremos construir módulos de habitação com tijolos exteriores de regolito [poeira lunar] para bloquear a radiação", afirma Aiden Cowley, cientistas de materiais da ESA.

Sistemas de administração de recursos, de proteção contra radiação e de coleta de energia serão testados na Lua antes de serem levados para Marte, cuja viagem demora seis meses.

rc/bl (AFP, Reuters)