Com direita na dianteira, Itália escolhe seu novo governo



25/09/2022 07h49

Pesquisas de intenção de voto dão vitória a Giorgia Meloni, líder da sigla de ultradireita Irmãos da Itália. Seus prováveis parceiros de coalizão, serão Força Itália, de Silvio Berlusconi, e Liga, de Matteo Salvini.Os italianos elegem seu Parlamento, que em seguida nomeará um novo governo. As últimas sondagens indicam que o país deve passar a ser dirigido por uma coalizão da extrema direita com direita. As urnas foram abertas às 07h00 (02h00 em Brasília) deste domingo (25/09).

De acordo com as sondagens de 9 de setembro – as últimas conhecidas, já que a publicação de sondagens só é permitida até duas semanas antes dos pleitos –, o partido de ultradireita Irmãos da Itália (FdI) soma 24% a 25% das intenções de voto, à frente do Partido Democrático (PD), de centro esquerda, que deverá conquistar entre 21% e 22% dos votos.

Nos lugares seguintes deverão ficar o antissistema Movimento Cinco Estrelas (M5S), com 13% a 15%, e as siglas populistas de direita Liga (12%) e Força Itália (8%). Assim, o governo que substituirá a coligação liderada pelo primeiro-ministro cessante Mário Draghi, deverá ser constituído por uma coligação de direita e extrema-direita, com 45% a 55% dos assentos parlamentares.

Caso o cenário se confirme, o cargo de chefe de governo será ocupado pela líder dos FdI, Giorgia Meloni. Admiradora confessa de Benito Mussolini, ela assumiria a liderança italiana exatamente 100 anos após a assim chamada "marcha sobre Roma", uma grande manifestação fascista realizada em 28 de outubro de 1922 na capital Roma, e que representou a ascensão ao poder do Partido Nacional Fascista pela nomeação de Mussolini como chefe de governo.

Nacionalismo e conservadorismo à vista em Roma

As consultas indicam que os parceiros de Meloni na coalizão governamental seriam o ex-premiê de 85 anos Sílvio Berlusconi, do conservador Força Itália, e Matteo Salvini, da Liga, conhecido por sua resistência aos navios humanitários que resgatam migrantes no Mediterrâneo e outros posicionamentos linha-dura.

A campanha eleitoral foi dominada por temas como inflação e custos da energia. No entanto transcorreu durante o verão, com muitos italianos de férias, e só incluiu um debate na televisão: entre Meloni e Enrico Letta, do PD, primeiro-ministro italiano de 2013 a 2014.

Durante a campanha, a coligação de direita prometeu combater a "islamização" da Europa, a favor de "italianos em primeiro lugar" e propôs a flat tax, uma escala única de impostos para todos os cidadãos, independentemente dos salários. Os três partidos apresentam diferenças marcantes, por exemplo, em seu posicionamento perante a União Europeia e a guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia.

Quase 50 milhões de italianos maiores de 18 anos têm direito a participar desta eleição, 2,7 milhões, pela primeira vez. Do total, 4,7 milhões votam a partir do exterior, sendo 2,6 milhões de outros países europeus. países

As eleições deste domingo foram marcadas depois que o Movimento Cinco Estrelas decidiu abandonar a coalizão governamental e o primeiro-ministro Draghi renunciar, em julho, fazendo cair o governo dois anos após sua constituição.

av (Lusa,AFP,AP,Reuters,ots)

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