Ofensiva turca provocou mais de 20 mortes. Governo turco culpa militantes curdos por ataque terrorista a Istambul na semana passada.A Turquia anunciou neste domingo (20/11) que lançou ataques aéreos contra bases curdas nos norte da Síria e do Iraque que, segundo Ancara, foram usadas para executar atentados "terroristas" em seu território.
A ofensiva, que recebeu o nome "Operação Garra-Espada", acontece após um ataque terrorista no domingo passado no centro de Istambul, que matou seis e deixou 81 pessoas feridas.
"Estamos começando a Operação Garra-Espada", disse o ministro da Defesa, Hulusi Akar, que coordenou a ofensiva do centro de operações da Força Aérea com vários comandantes militares.
O ministério turco da Defesa informou que os bombardeios tiveram como alvos as posições do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e das Unidades de Proteção Popular (YPG) curdas, que Ancara considera uma extensão do PKK.
A operação deixou pelo menos 31 mortes, de acordo com uma organização que monitora a situação na Síria. Os ataques aéreos aconteceram nas regiões do norte do Iraque e da Síria. A ONG OSDH também informou a morte de um jornalista, Issam Abdallah, correspondente na Síria de uma agência de notícias curda, e de 40 feridos.
Já as autoridades curdas no nordeste da Síria afirmam os ataques mataram 29 pessoas, incluindo 11 civis, 15 combatentes alinhados com o exército sírio, dois guardas e um combatente curdo.
A Turquia culpa o PKK pelo atentado de Istambul, o mais violento em cinco anos no país. Nenhum indivíduo ou grupo reivindicou a autoria e tanto o PKK como as YPG negaram qualquer envolvimento no ataque.
As forças curdas sírias também acusaram o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, de buscar uma desculpa para atacar o norte da Síria a fim de obter apoio para as eleições a serem realizadas em seu país no ano que vem.
Após os bombardeios da Turquia foram registrados disparos de foguetes neste domingo a partir da Síria. Os projéteis atingiram um posto de fronteira turco e feriram pelo menos três integrantes das forças de segurança, segundo a agência oficial turca Anadolu, que acusou as YPG pelo ataque.
Depois do atentado de Istambul, a polícia turca prendeu no subúrbio da cidade a principal suspeita do atentado de 13 de novembro, Alham Albashir, uma síria que supostamente trabalhava para militantes curdos.
"Chegou a hora do ajuste de contas. Os bastardos devem prestar contas por seus ataques pérfidos", tuitou o ministério da Defesa turco ao lado de uma imagem de um avião decolando para uma operação noturna. "Os ninhos de terror são destruídos por ataques de precisão", afirmou outra mensagem no Twitter.
jps (Reuters, AFP, EFE)
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