O hospital divulgou um vídeo contando a história da adolescente, identificada como Alyssa, e a sua batalha contra a leucemia linfoblástica aguda de células T – uma forma agressiva de câncer de sangue.
A batalha de Alyssa contra o câncer "incurável"
De acordo com o hospital, Alyssa foi diagnosticada com a doença em 2021 e recebeu todas as terapias convencionais atuais, incluindo quimioterapia e um transplante de medula óssea.
Nenhum dos tratamentos funcionou e não havia outros disponíveis sob os protocolos convencionais.
Alyssa tornou-se então o primeiro paciente a participar de um ensaio clínico em maio deste ano para receber células imunes "geneticamente modificadas" de um doador saudável.
Após 28 dias, Alyssa estava em remissão e recebeu um segundo transplante de medula óssea para ajudar a restaurar seu sistema imunológico, disse o hospital.
Sem este tratamento experimental, a única opção da Alyssa seria o tratamento paliativo, de acordo com o hospital.
Robert Chiesa, um consultor do GOSH, disse que embora a reviravolta do seu estado de saúde era "bastante notável", os resultados ainda precisavam ser monitorados e confirmados nos próximos meses.
Como é o tratamento
As equipes médicas do hospital usaram uma técnica de edição de genoma chamada base-editing – método que modifica partes do código DNA das células T de um doador saudável. As células T são glóbulos brancos e parte crítica do sistema imunológico.
As células T editadas são então aplicadas no paciente, que em seguida atacam e destroem as células T cancerígenas do corpo, sem se destruírem umas às outras.
"É nossa engenharia celular mais sofisticada até agora e abre caminho para outros novos tratamentos e, em última instância, para melhores futuros para as crianças doentes", disse Waseem Qasim, professor de terapia celular e genética da GOSH.
O caso foi apresentado neste final de semana na reunião anual da Sociedade Americana de Hematologia.
O hospital informou que Alyssa foi a primeira paciente no mundo a receber essa terapia celular e que estava em casa se recuperando de seu tratamento.
"Depois que eu fizer isso, as pessoas saberão o que precisam fazer, de uma forma ou de outra, então fazer isso ajudará as pessoas", disse Alyssa.
Os médicos agora procuram outros dez pacientes que também esgotaram as opções de tratamento disponíveis, e esperam que esse tratamento possa ser oferecido mais rapidamente às crianças e se tornar uma opção para tratar também outros tipos de leucemia.
O hospital disse que o estudo só aceitaria pacientes elegíveis pelo NHS, o serviço público de saúde do Reino Unido.
bl (AFP, ots)
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