Os dois mísseis viajaram 500 quilômetros de uma área no noroeste do país, a uma altitude máxima de 550 quilômetros, antes de pousar nas águas entre a Península Coreana e o Japão, de acordo com a Coreia do Sul e o governo japonês.
Militares da Coreia do Sul descreveram ambos os mísseis como de médio alcance, que foram lançados em um ângulo agudo, sugerindo que poderiam viajaram mais longe se disparados em uma trajetória padrão.
A Coreia do Norte geralmente testa mísseis de médio e longo alcance em um ângulo alto para evitar os países vizinhos, embora tenha disparado um míssil de alcance intermediário sobre o Japão em outubro, forçando Tóquio a emitir alerta e ordenar a paralisação de trens.
Em uma reunião de emergência, as principais autoridades de segurança sul-coreanas lamentaram as continuadas provocações da Coreia do Norte que, segundo elas, ocorreram apesar da "situação difícil de seus cidadãos, gemendo de fome e frio, devido a uma grave escassez de alimentos''.
O vice-ministro da Defesa do Japão, Toshiro Ino, criticou a Coreia do Norte por ameaçar a segurança do Japão, da região e da comunidade internacional.
Nesta sexta-feira, o governo do Japão aprovou uma grande ampliação militar, duplicando o orçamento para a área. Com o novo roteiro da defesa, Tóquio visa adaptar-se à ascensão militar da China, assim como aos constantes lançamentos de mísseis pela Coreia do Norte
Impacto desestabilizador
O Comando Indo-Pacífico dos EUA disse que os lançamentos destacam o impacto desestabilizador das armas ilegais de destruição em massa e dos programas de mísseis balísticos da Coreia do Norte, acrescentando que os compromissos dos EUA com a defesa da Coreia do Sul e do Japão "permanecem firmes".
O lançamento ocorreu três dias depois de o regime de Kim Jong-un ter realizado um teste de um novo motor de combustível sólido de alta pressão para novos mísseis de longo alcance, num ano em que realizou um número recorde de lançamentos de mísseis.
Os testes poderão permitir a Pyongyang desenvolver um arsenal de mísseis balísticos intercontinentais mais móveis, mais difíceis de se detectar e capazes de atingir o continente americano.
Nos últimos meses, a Coreia do Norte testou vários mísseis balísticos de capacidade nuclear, incluindo, no mês passado, o Hwasong-17, um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês), concebido para transportar múltiplas ogivas.
Os Estados Unidos e a Coreia do Sul advertiram há meses que a Coreia do Norte poderá estar preparando um sétimo teste nuclear e o primeiro em cinco anos.
A Coreia do Norte justifica seus testes de armas como medida de autodefesa frente à expansão dos exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul que considera como um ensaio de invasão. Mas alguns especialistas dizem que Pyongyang provavelmente usou o treinamento militar de seus rivais como desculpa para ampliar seu arsenal e aumentar a influência em futuras negociações com os EUA para obter alívio de sanções e outras concessões.
md (Lusa, AP)
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