Ao participar de um painel chamado "Em Harmonia com a Natureza" ao lado de lideranças internacionais em questões ambientais, a ministra destacou os objetivos do governo de Luiz Inácio Lula da Silva para o clima, e reafirmou o compromisso com a política de desmatamento zero.
Ela disse que "há uma grande expectativa em relação ao Brasil, que sempre contribuiu com agendas importantes de sustentabilidade. Infelizmente, nos quatro últimos anos, viramos párias".
Marina afirmou que instruiu sua equipe a "liderar pelo exemplo", e que o grande desafio é proteger o meio ambiente e combater as desigualdades. "Nós tínhamos saído do mapa da fome, e agora temos 33 milhões de pessoas que estão vivendo com menos de um dólar por dia".
"A sustentabilidade não é só econômica, não é só ambiental; ela também é social. E é também política. Se formos capazes de liderar pelo exemplo, nós vamos conseguir, porque já temos a maior parte das respostas técnicas", explicou.
"Nós já temos tecnologia para produzir energia limpa, para produzir alimentos, para ensinar as pessoas, mas, infelizmente, ainda temos muitos analfabetos e pessoas passando fome", explicou. "O que nos falta é o compromisso político e ético de usar a técnica que temos para mudar o mundo em que vivemos."
Investimentos no Fundo Amazônia
Marina disse que "a sustentabilidade não será uma política setorial, mas transversal, passando pelas políticas de energia, indústria, mobilidade, por todos os setores". "É o que fará a diferença: atuarmos em todas as dimensões. Mas isso não é mágica, nem acontece da noite para o dia."
"Há uma abertura muito grande para a cooperação com o Brasil nesse momento em que há uma retomada do protagonismo brasileiro na agenda ambiental global", afirmou a ministra. "Obviamente, os parceiros estão surgindo. Seja em relação às agências multilaterais de financiamento, seja governos, seja filantropia ou por meio de parcerias no campo da inovação tecnológica."
Marina pregou agilidade para aproveitar as oportunidades que vêm surgindo desde a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP27), no Egito, e agora em Davos.
Ela citou como exemplo o Fundo Amazônia, criado junto aos governos da Noruega e da Alemanha para captar recursos para projetos de proteção da floresta.
"Estamos atuando em várias frentes. Com governos, ampliando além de Alemanha e Noruega. Temos tido muitas conversas, como tive na COP, que abriu leque em relação à Espanha, ao Canadá, ao Japão e vários outros países."
"Inclusive, já está sendo organizado um grupo de instituições filantrópicas que quer investir no Fundo Amazônia", disse a ministra.
Marina lançou mão de uma frase bastante utilizada pelo presidente Lula, ao afirmar que "o Brasil está de volta". "O mundo estava com saudade desse Brasil que foi capaz de reduzir suas emissões de CO2, evitando que fosse lançado na atmosfera mais de 5 bilhões de toneladas; do Brasil que foi responsável por 80% das áreas protegidas criadas no mundo de 2003 a 2008".
Antes de participar do painel a ministra se reuniu com Ilan Goldfajn, presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Ela se disse empolgada com as possibilidades de novos investimentos no país.
Haddad vai defender objetivos de Lula
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também está presente no Fórum de Davos, onde participará de eventos com o objetivo de expor as medidas planejadas pelo governo Lula para trazer a normalidade à economia brasileira, como por exemplo, ao promover a redução do déficit público.
Haddad participará nesta quarta-feira de um painel chamado "Brasil, um novo roteiro", no qual vai destacar os objetivos do novo governo de acabar com a fome e garantir um crescimento econômico sustentável. Em seguida, ele tomará parte em outro painel intitulado "Líderes para a América Latina".
rc (ots)
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