"O Ocidente coletivo não parece inclinado a lembrar de algum modo a questão das armas nucleares americanas, implantadas aqui na Europa, ao redor do nosso país. Mas nesse caso estão inclinados a uma reação histérica aos nossos planos de construir silos para o armazenamento de armas nucleares táticas em território belarusso", disse em entrevista.
No início de abril, ele admitira que a instalação de armas nucleares em Belarus, anunciada pelo presidente Vladimir Putin em 25 de março, seria uma resposta à ampliação da Organização do Tratado das Nações Unidas (Otan): "A Aliança está se expandindo em direção à fronteira russa, não é a Rússia que está se aproximando da Otan", comentou Peskov, referindo-se à entrada da Finlândia no bloco.
Por sua vez, o secretário do Conselho de Segurança de Belarus, Aleksandr Volfovich, descartou, em princípio, o emprego de armas nucleares táticas: "O importante não é a quantidade, o importante é a qualidade e saber usar. E nós sabemos como fazer [... Mas] acho que não vamos usar", citou agência oficial de notícias Belta.
Volfovich destacou ainda que as armas nucleares, sejam táticas ou estratégicas, destinam-se a dissuadir e "garantir a segurança da Rússia e de Belarus". Quanto aos prazos de implantação, disse ser uma decisão que cabe aos presidentes russo, Vladimir Putin, e belarusso, Aleksandr Lukashenko.
Zelenski otimista com Ucrânia na Otan
Por sua vez, o chefe de Estado ucraniano, Volodimir Zelenski, disse considerar que seu país está a caminho do ingresso na aliança transatlântica, a despeito da invasão pela Rússia, que já dura mais de um ano: graças à nova ajuda militar ocidental a Ucrânia teria tido uma boa semana para seu "movimento em direção à Otan", declarou neste domingo, em sua mensagem de vídeo diária.
Ele justificou seu otimismo com o fato de a Lituânia, país-membro da União Europeia, ter reconhecido a necessidade de que se convide Kiev a integrar para o bloco, durante a conferência de cúpula da Otan a se realizar em julho, na capital Vílnius.
Nesta primeira semana de abril, o parlamento do país báltico decidiu empenhar-se pela filiação ucraniana à aliança militar. A Polônia também já assegurou seu apoio a Kiev nessa candidatura.
Por sua vez, os governos da Alemanha e dos Estados Unidos se manifestaram reservados. Em geral, uma das pré-condições para o ingresso à Otan é o candidato não estar envolvido em conflitos internacionais nem rivalidades territoriais – ambas premissas anuladas quando a Rússia iniciou a guerra, em 24 de fevereiro de 2022.
O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, também excluiu indiretamente uma filiação ucraniana em tempos de guerra, ao frisar que um pré-requisito seria o país resistir ao conflito como nação democrática independente.
av (EFE,Reuters,AFP)
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