Amorim afirmou que a visita foi "muito tranquila", de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. "O diálogo foi positivo, de criação de confiança, visando a explicar nossos objetivos para a paz", acrescentou, sem dar mais detalhes sobre o que foi conversado, informando que mais detalhes sobre a reunião devem ser divulgados em breve, de forma oficial, pelo governo.
Apesar de a reunião ter sido a portas fechadas, Melnyk, que também é representante ucraniano para as Américas, ressaltou, em publicação nas redes sociais, que "o Brasil pode desempenhar um papel importante para cessar a agressão russa e alcançar uma paz duradoura e justa". Ele também citou o interesse em revigorar uma parceria estratégica selada em 2009, fechando o texto com um agradecimento em português: "Obrigado".
De acordo com o governo brasileiro, o objetivo do encontro era que o ex-chanceler brasileiro ouvisse de representantes ucranianos quais são as principais exigências para poder dar início a negociações de paz que possam encerrar o conflito com a Rússia, que começou em fevereiro de 2022.
Segundo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil "está fazendo um esforço muito grande" para constituir um grupo de países, entre eles China e Índia, para negociar acordo de paz.
"Acho que a hora é de diplomacia, não é hora de guerra. Todo mundo sabe que o Brasil condenou a invasão territorial da Ucrânia. Mas, ao mesmo tempo, a continuidade da guerra só vai levar à morte", disse Lula nesta terça-feira, após encontro com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, em Brasília.
Rússia
Celso Amorim esteve em Moscou, capital da Rússia, no início de abril, para uma conversa com o presidente Vladimir Putin. Depois da viagem do presidente Lula à China, na semana seguinte, o ministro do Exterior russo, Sergei Lavrov, visitou o Brasil
"Espero que o Celso me traga não a solução, que ele me traga indícios de soluções para que a gente possa começar a conversar sobre paz. Ele já sabe o que o Putin quer, ele agora vai saber o que quer o Zelenski. Vamos ter instrumentos para conversar com outros países e construir, quem sabe, a possibilidade de pararmos essa guerra", afirmou o presidente brasileiro na terça-feira.
md (EBC, Lusa, ots)
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