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Uma das denunciantes acusa o empresário de ser violentada desde os 6 anos de idadeNatural de Munique, empresário de 75 anos atua na região há vários no ramo turístico e é considerado foragido pelas autoridades brasileiras desde o início de abril. O que se sabe sobre o caso.Um empresário alemão do setor de turismo que atua há vários anos na região amazônica está na mira das autoridades brasileiras. Natural de Munique, Wolfgang B., 75, é suspeito de comandar um esquema de exploração sexual de menores e de abusar sexualmente de crianças e adolescentes.

Segundo a Polícia Civil do Amazonas, que investiga o caso, B. também oferecia as jovens a hóspedes de sua pousada, a Cheiro do Mato, a 115 quilômetros de Manaus.

À TV Globo, que revelou as investigações da Polícia Civil no último domingo (21/05) em reportagem no programa Fantástico, o alemão declarou que as acusações são construídas. "Não tem nenhuma prova sobre isso, tá? Eu nem sei de quem eles estão falando, que mulheres são isso [essas]."

Um dos episódios de abuso teria sido registrado em vídeo por uma das vítimas, hoje com 15 anos, e que relata ter sido violentada desde os 6 com a anuência da própria mãe e de uma tia dela com quem B. foi casado, conforme reportagem da TV Globo. Em troca do abuso, a mãe, de 37 anos, receberia compensações financeiras e presentes do alemão.

"Eu tinha seis anos quando ele começou a passar a mão em mim e me abusar. Ele passava a mão em mim quando eu estava dormindo. Ficava com medo", disse a vítima.

Ainda segundo a reportagem do Fantástico, a adolescente relatou que tinha que se vestir de acordo com os fetiches do empresário e que teria sido obrigada por ele a pôr piercings no rosto.

Órfã de pai, a menina foi criada até os cinco anos de idade por uma tia paterna enquanto a mãe cumpria pena de reclusão.

Foragido, alemão é considerado foragido

Segundo a delegada Joyce Coelho, da Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente da Polícia Civil do Amazonas, responsável pela investigação, B. teria tentado comprar o silêncio da menina e persuadi-la a destruir as gravações, mas ela seguiu adiante na denúncia, feita no fim de março com o apoio de uma tia paterna.

Na última quinta-feira, a Polícia Civil apreendeu diversos aparelhos e mídias eletrônicas, como HDs e pen drives. O material ainda será periciado. Na ocasião, a mãe também foi presa. Já B. é considerado foragido desde o início de abril e teria se refugiado na Alemanha.

Em uma conversa exibida pela TV Globo, a mãe da menina teria pedido dinheiro a B. para fugir. "Como é que eu vou fugir se eu não tenho nem um centavo na conta? O senhor precisa me arrumar um dinheiro pra mim fugir", disse, na mensagem. A defesa da mulher alega inocência.

A emissora conversou ainda com uma segunda vítima, de 31 anos, que endossou os relatos de abusos, afirmando que foi violentada aos 12.

Empresário afirma trabalhar há mais de vinte anos na região

"Com a gente você conhece a Amazônia de verdade – para além dos roteiros batidos e dos clichês vazios sobre piranhas e índios [sic], porque moramos e trabalhamos lá há mais de vinte anos", consta em alemão do site que B. usa para promover sua empresa no exterior.

A página contendo informações sobre preços e datas de pacotes turísticos foi atualizada ainda neste mês, segundo consta do site – algumas datas em agosto e novembro já estão esgotadas. Uma hospedagem na pousada é oferecida por preços que variam entre 60 euros (rede) a 130 euros (quarto privativo) por pessoa. Passeios e excursões de vários dias pela floresta e rios da região têm preços a partir de 1.280 euros (quatro noites por pessoa).

ra/bl (ots)