Numa publicação na conta pessoal na rede social Twitter, o ministro do Interior francês, Gérard Darmanin, disse que, apesar dos incidentes, a madrugada de sábado para domingo foi mais calma que as anteriores, fato que ele atribuiu a uma maior presença das forças de segurança nas ruas.
A onda de protestos obrigou o presidente francês, Emmanuel Macron, a adiar uma visita de Estado à Alemanha agendada para começar neste domingo.
Nas primeiras horas do dia, o Ministério do Interior francês afirmou ter havido cerca de 420 detenções. Às 8h (hora local) a pasta atualizou os números, dando conta da detenção de 718 pessoas, quando no dia anterior, à mesma hora, tinham sido comunicadas 994. No entanto, ainda no sábado, pouco depois, esse número seria atualizado para 1.311.
Tumultos, saques e danos materiais foram registrados novamente, especialmente em Paris, Marselha e Lyon.
Foram registrados 871 incêndios em vias públicas e danos em 74 edifícios, números que representam menos de metade do dia anterior.
Ataque a casa de prefeito
Em L'Haÿ-les-Roses, nos arredores de Paris, manifestantes invadiram com um automóvel a casa do prefeito da cidade, Vincent Jeanbrun, na madrugada de sábado para domingo e depois atearam fogo no veículo. O político disse que sua esposa e um de seus dois filhos ficaram "feridos". Ele estava na prefeitura durante o ocorrido.
Por volta da 1h30 (horário local), enquanto Jeanbrun se encontrava na Câmara Municipal, "tal como há três noites", para fazer face à violência urbana, vândalos "atiraram um veículo blindado contra a sua casa antes de o incendiarem para incendiar a residência", onde a mulher e os dois filhos menores dormiam, declarou, num comunicado publicado no Twitter.
Segundo Jeanbrun, depois de alertado, foi ao tentar "proteger" a família e "escapar aos agressores" que a mulher e uma das crianças ficaram feridas. A polícia abriu um inquérito sobre a tentativa de assassínio, disse uma fonte judicial à agência AFP.
Segundo a fonte, os autores do crime incendiaram um veículo blindado bem como o carro da família do prefeito antes de serem dispersados pela polícia e pelos bombeiros, que "intervieram muito rapidamente".
"Hoje à noite foi atingido um novo nível de horror e de ignomínia [...] Embora a minha prioridade hoje seja cuidar da minha família, a minha determinação em proteger e servir a República é maior do que nunca", disse Jeanbrun.
Contingente de policiais mantido
O ministro do Interior francês anunciou no sábado que seria mantida a mobilização de 45 mil polícias e guardas nacionais para enfrentar uma potencial noite de protestos e tumultos pela morte de Nahel M., um jovem de 17 anos que foi morto com um tiro à queima-roupa por um policial durante uma blitz de trânsito na terça-feira passada.
O enterro do jovem ocorreu neste sábado em Nanterre, nos arredores de Paris, em uma cerimônia privada, a pedido da família, que desejava um dia de "discrição" e "recolhimento".
O policial responsável pela morte foi preso. Uma investigação por homicídio culposo foi aberta contra ele.
md (EFE, AFP, Lusa)
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