Como o esperado, o pallet de baterias descartado da Estação Espacial Internacional (ISS) em 21 de março de 2021 queimou ao reentrar na atmosfera, sobretudo acima da América Central, na tarde desta sexta-feira (08/03). Pedaços menores de destroços teriam caído no oceano Atlântico, em um corredor entre a Guatemala e a Flórida, nos Estados Unidos. Antes, o lixo espacial sobrevoou a Alemanha a uma altitude de 139 quilômetros, com a "trilha brilhante" no céu sendo observada por algumas pessoas. O objeto, do tamanho de um automóvel SUV, pesava cerca de 2,6 toneladas.
Apesar do alerta, a queda de lixo espacial na Terra é comum e ocorre há décadas. Para especialistas, é extremamente improvável que algum desses detritos atinjam uma pessoa.
Quanto lixo espacial cai na Terra?
Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), detritos espaciais entram na atmosfera do nosso planeta quase todas as semanas em trajetórias descontroladas – ou seja, não guiados por computadores ou humanos na Terra.
O número tem aumentado constantemente desde a década de 1960. Em média, de 1960 a 2000, cerca de 500 pedaços de entulho caíram por ano na Terra.
Nos últimos anos, porém, esse montante aumentou ainda mais significativamente: de acordo com a ESA, quase 2,5 mil pedaços de lixo espacial caíram na Terra em 2022. Em 2023, o número foi de cerca de 1,5 mil.
Que tipos de detritos espaciais caem na Terra?
Estima-se que cerca de 44 toneladas de material meteorítico caiam na Terra todos os dias, mas cerca de 95% queima ao entrar na atmosfera.
A maior parte do lixo espacial que cai no nosso planeta é composto de detritos de fragmentação de carga útil, ou seja, objetos que são fragmentados ou liberados involuntariamente de uma espaçonave (seja ela tripulada ou não) quando um objeto explode ou colide com outro.
É bom ressaltar que uma espaçonave é qualquer veículo com capacidade de viajar pelo espaço exterior (acima do limite atmosférico), e não apenas foguetes ou os antigos ônibus espaciais, como muitas vezes está presente no imaginário popular. O telescópio Hubble, por exemplo, é uma espaçonave.
Outros detritos espaciais comuns incluem objetos relacionados a missões de foguetes e objetos espaciais liberados intencionalmente após terem cumprido seu propósito. Isso inclui baterias gastas, como a responsável pelo alerta do BKK, e satélites antigos que saíram de operação, por exemplo.
Colisões entre satélites e armas antissatélites também estão causando uma quantidade cada vez maior de detritos no espaço.
Os detritos espaciais são tóxicos?
Certamente eles podem conter elementos tóxicos.
"Alguns combustíveis de espaçonaves são tóxicos, como a hidrazina, por exemplo. Existem metais como o berílio e o magnésio, que geralmente estão na forma de ligas, mas o berílio é definitivamente um caso bastante desagradável", disse à DW Alice Gorman, arqueóloga espacial e especialista em detritos espaciais, em entrevista em 2021.
Como a maior parte dos detritos espaciais acaba no oceano, alguns especialistas temem que eles possam poluir os mares. No entanto, os efeitos ainda não foram totalmente investigados, ressalta Gorman.
"A água salgada pode corroer as coisas facilmente, mas temos um milhão de naufrágios em todo o mundo, e os naufrágios geralmente tornam-se habitats [para a vida marinha]", disse.
Qual, afinal, é o risco de ser atingido por detritos espaciais?
Especialistas estimam que é três vezes mais provável ser atingido por um meteorito do que por detritos espaciais.
Além disso, uma pessoa tem 65 mil vezes mais probabilidade de ser atingida por um raio do que por um pedaço de lixo espacial. E a probabilidade de alguém morrer em um acidente doméstico é 1,5 milhão de vezes maior do que de ter um detrito espacial atingindo a sua cabeça.
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