Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Buzz Aldrin diz que viu a bandeira americana cair devido à onda de choque gerada pela partida do módulo lunar

Deixadas na superfície lunar pelas missões Apollo há mais de 50 anos, ao menos três das seis bandeiras seguem de pé – mas não passaram imunes à ação do tempo. Há mais de meio século, os astronautas do programa Apollo, da Nasa, levaram para a Lua um símbolo do patriotismo americano, eternizado nas imagens dos primeiros homens a pisarem no satélite natural da Terra: a bandeira dos Estados Unidos.

No total, ao longo de seis missões bem-sucedidas entre 1969 e 1972, seis bandeiras foram cravadas na superfície lunar, deixando uma marca visual na história da exploração espacial. Mas o que aconteceu com essas bandeiras ao longo do tempo?

Ao contrário do que muitos possam imaginar, pelo menos metade delas ainda está de pé, desafiando o implacável ambiente lunar. Isso é sabido graças ao Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da Nasa, que capturou imagens que mostram as sombras das bandeiras das missões Apollo 12, 16 e 17.

No entanto, nem todas tiveram a mesma sorte. A bandeira da Apollo 11, a primeira hasteada por Neil Armstrong e Buzz Aldrin em 20 de julho de 1969, parece ter caído. Aldrin revelou ter visto ela tombar devido à onda de choque causada pela decolagem do módulo lunar. Quanto às bandeiras das missões Apollo 14 e 15, o destino é incerto, com imagens inconclusivas sobre o seu estado atual.

Branqueamento das bandeiras

Independentemente de as bandeiras permanecerem de pé, elas não estão intactas – o que não seria diferente na superfície da Terra se ficassem tanto tempo hasteadas. Mas na Lua a ação do tempo é ainda maior, por falta de uma atmosfera.

Especialistas acreditam que todas elas passaram por uma transformação dramática: a intensa radiação solar provavelmente as deixou completamente brancas. "O náilon da bandeira provavelmente se degradou como resultado da exposição prolongada à luz solar", diz Anne Platoff, bibliotecária e historiadora da Universidade da Califórnia ao Space.com.

Além do branqueamento, também enfrentam outras ameaças. O bombardeio constante de micrometeoritos e as flutuações extremas de temperatura entre o dia e a noite lunar podem ter deixado os tecidos quebradiços e rasgados.

Debate ético

A sobrevivência destes símbolos levanta questões sobre a preservação de artefatos no espaço – agora, talvez, mais do que nunca, devido ao interesse renovado na exploração lunar, onde estão planejadas mais de 100 missões para 2030.

"Nossa história é o recurso mais valioso e vulnerável que temos na Lua neste momento", alerta Michelle Hanlon, da For All Moonkind, uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação da história e do patrimônio humano no espaço sideral.

Os Acordos Artemis, assinados por 43 países, reconhecem a importância de proteger a "herança do espaço exterior". Contudo, ainda não existem orientações específicas sobre como salvaguardar estes locais históricos de possíveis danos causados ​​por futuras missões ou pelo eventual turismo espacial.

Soberania lunar

Antes de serem cravadas no solo lunar, as bandeiras foram objeto de polêmica e desencadearam um intenso debate sobre a soberania lunar.

A decisão de colocar a bandeira americana na Lua – comprada por apenas 5,50 dólares numa loja em Houston e descrita por Aldrin como um símbolo da "unificação quase mística de todas as pessoas do mundo naquela época" – gerou preocupações sobre possíveis reivindicações territoriais, algo proibido pelo Tratado do Espaço Exterior das Nações Unidas de 1967. No entanto, prevaleceu a pressão do Congresso americano, argumentando a necessidade de simbolizar a conquista nacional.

"Na época, a questão sobre se os Estados Unidos deveriam hastear uma bandeira na Lua era muito controversa", expõe Teasel Muir-Harmony, curador da coleção Apollo no Museu Nacional do Ar e do Espaço, à Smithsonian Magazine. "Mas com a pressão do Congresso, foi decidido hastear uma bandeira na Lua", acrescentou.

Anne Platoff, em um relatório para a NASA, destacou como o design do mastro permitiu que a bandeira fosse exibida sem vento, uma inovação técnica que reflete os desafios únicos da engenharia espacial. No entanto, o ato também trazia uma mensagem subliminar, como a própria Platoff destaca: a presença e a influência dos Estados Unidos no espaço.

"É claro que o estatuto legal da Lua não seria afetado pela presença de uma bandeira americana na superfície, mas a Nasa estava ciente da controvérsia internacional que poderia surgir como resultado".

Outros objetos deixados na Lua

Além das bandeiras, os astronautas que já passaram pela Lua deixaram por lá uma grande variedade de objetos, que contam a história da exploração espacial.

Eles vão desde câmeras de televisão que transmitiram os primeiros passos na Lua para milhões de pessoas até instrumentos científicos que ainda funcionam, como o retrorrefletor laser que mede a distância entre a Terra e a Lua.

Entre os objetos mais inusitados estão bolas de golfe, veículos lunares e até dejetos humanos.