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Fábrica de chips na Saxônia: analistas temem que ascensão da ultradireita leve a alta na escassez de mão de obra qualificada

A Alternativa para Alemanha (AfD) emergiu como o partido mais forte na Turíngia e quase empatou com a União Democrata Cristã (CDU) na Saxônia, confirmando os temores de uma virada política para a direita em partes do território onde ficava a antiga Alemanha Oriental comunista.

Após os resultados da votação para os parlamentos estaduais, os líderes da AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, passaram a reivindicar um papel na formação dos governos locais. Eles pedem uma coalizão de centro-direita que também contemple a sigla conservadora CDU. No entanto, a CDU rejeitou qualquer colaboração com a AfD, para manter um cordão sanitário contra a extrema direita.

Antes das eleições, tanto sindicatos como representantes de empresas expressaram preocupação com as possíveis consequências econômicas de uma vitória da AfD. O temor é de que investidores mudem de ideia, temendo instabilidade e um ambiente pouco acolhedor.

Olaf Zachert, investidor especializado em resgatar empresas em dificuldades, é um dos que alertam para um ambiente hostil para negócios. Ele disse à DW que um aumento no apoio à AfD faria com que muitos investidores pensassem duas vezes antes de se comprometerem com novos empreendimentos na Saxônia e na Turíngia.



Lobistas e economistas alarmados

O presidente da Associação de Empregadores Alemães (BDA, na sigla em alemão), Rainer Dulger, também ressaltou a ligação entre uma economia próspera e uma política estável. Ele afirma que a ascensão da AfD reflete "uma profunda ansiedade pública e uma falta de confiança de que a Alemanha está se movendo na direção certa".

Ele atribui parte da guinada da ultradireita às políticas atuais do chanceler federal alemão, Olaf Scholz. "Os resultados das eleições são um aviso claro para o governo de coalizão", disse ele à agência de notícias alemã DPA. E acrescentou que qualquer governo deve ter sempre em mente os empregos e a coesão social.

Após as eleições, alguns economistas expressaram a opinião de que a escassez de mão de obra qualificada poderia se agravar no leste da Alemanha com a ascensão da ultradireita, o que pode provocar o êxodo de empresas.

Monika Schnitzer, presidente do Conselho Alemão de Especialistas Econômicos, foi uma dessas vozes. Segundo ela, empresas sediadas na Turíngia e na Saxônia podem ficar em desvantagem na competição global por trabalhadores qualificados.

As instituições estatais e os estabelecimentos de educação já estão sofrendo com a escassez de pessoal, o que pode aumentar, especialmente devido à posição do AfD contra a imigração qualificada.

Marcel Fratzscher, presidente do Instituto Alemão de Pesquisas Econômicas (DIW), reforça esse coro. Ele argumenta que as políticas da AfD, tais como a defesa do protecionismo comercial, a redução da imigração, menor abertura e diversidade, provavelmente resultariam em uma fuga de empresas e trabalhadores qualificados. Esse êxodo poderia levar a mais insolvências e realocações de empresas.

"Cidadãos mais jovens e mais qualificados deixarão os dois estados em direção a regiões onde se sintam mais valorizados", disse Fratzscher à agência de notícias Reuters.



Investimentos importantes em risco?

Ralf Wintergerst, presidente da associação digital alemã Bitkom, afirma que a AfD não representa valores associados à Alemanha, como abertura e inovação.

"As fábricas de semicondutores planejadas na Saxônia não funcionarão sem talentos estrangeiros", afirmou.

A empresa de pesquisa Capital Economics chamou a atenção para a possível replicação desses resultados eleitorais estaduais para o plano nacional. Ele observa que algumas posições da AfD podem influenciar os programas dos principais partidos.

O Deutsche Bank Research, por sua vez, minimizou o impacto dos resultados das eleições estaduais, dizendo que eles "não são uma prévia da próxima eleição federal" no ano que vem. Analistas do maior credor privado da Alemanha preveem apenas "riscos econômicos temporários", principalmente em relação à escassez de mão de obra, e não preveem mudanças fundamentais na política econômica alemã.