Os funcionários da Boeing afiliados à Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) iniciaram as paralisações em 13 de setembro após rejeitarem por ampla maioria uma oferta salarial. A greve, envolvendo 33.000 trabalhadores, interrompeu a produção dos aviões Boeing 737 Max, 767 e 777X.
O diretor-executivo da Boeing, David Calhoun, afirmou que a empresa precisa redefinir sua força de trabalho para "se alinhar à nossa realidade financeira". Ele disse que os cortes "incluirão executivos, gerentes e funcionários".
Em outro comunicado, a Boeing, que divulgará os lucros do terceiro trimestre em 23 de outubro, informou que espera obter uma receita de 17,8 bilhões de dólares (R$ 99 bilhões), além de um prejuízo por ação de 9,97 dólares e fluxo de caixa operacional negativo de 1,3 bilhão.
Atraso na entrega do 777X
Segundo Calhoun, a Boeing informou aos clientes que projeta a partir de agora para 2026 as primeiras entregas dos modelos 777X, ao invés de 2025. O atraso se deve aos desafios que a empresa enfrentou no desenvolvimento da aeronave, assim como à suspensão dos testes de voo e à greve.
A Boeing já havia enfrentado problemas de certificação com o 777X que atrasaram significativamente o lançamento do avião.
O fechamento de um acordo para pôr fim à greve é visto como fundamental para a empresa. A agência de classificação S&P estima que a greve esteja custando à Boeing 1 bilhão de dólares por mês, além de colocá-la em risco de perder sua valiosa classificação de crédito de categoria de investimento.
Bem antes do início da greve, a empresa já lutava para se recuperar dos estragos causados à sua reputação pela explosão em pleno voo de uma janela e um peça da fuselagem em um avião novo em janeiro. O incidente – apenas um entre vários protagonizados pela Boeing – expôs falhas nos protocolos de segurança e levou as agências reguladoras americanas a restringirem a produção da empresa.
rc (AFP, Reuters)
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