Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

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Televisão

Rádio

Reprodução da Internet
Reprodução da Internet

Ouça a primeira parte do programa:


Ouça a segunda parte do programa:


Olá amigos ouvintes. Shakespeare está de volta ao rádio. Uma combinação que pode soar absurda, mas essencialmente mais do que coerente. As histórias que Shakespeare contava no palco eram para serem ouvidas – e vistas, é claro – era preciso sair de casa e ir até o teatro para assistir às montagens. Mas uma vez lá dentro, nas dependências do teatro, Shakespeare convocava a audiência a escutar as suas palavras e proceder com a imaginação para que a trama dramática tivesse bom encaminhamento. Tudo porque o teatro shakespeariano era precário, não havia pirotecnica que fizesse subir e descer cenários – e Shakespeare adorava pular de um lugar para o outro, avançar e retroceder no tempo, estacionar em uma pausa e lá ficar até que o solilóquio da personagem ensimesmada se esgotasse em si próprio. Batalhas, guerras e avanços territoriais eram apenas sugeridos: que a plateia escutasse bem o que era proposto – e daí seguisse sozinha pelas alamedas próprias da imaginação. Assim como Shakespeare, o rádio é também precário – abençoadamente precário – sorte nossa! – porque ele é, igualmente, um veículo de escuta. Portanto, vamos recuperar a prática de ouvir histórias – e quem sabe desenvolveremos a capacidade de enxergar melhor. E para benefício do descanso das vistas, que sejam os ouvidos a nos guiar por esse universo fabuloso que compõem os enredos do maior poeta de todos os tempos. E lembrem-se, quando alguém disser que Shakespeare é difícil, hermético e distante da vida das pessoas, retruque com a seguinte resposta: Shakespeare não está acima de ninguém, ele está entre nós, em nós, nos intervalos e recheios dessa massa humana que é feita de angústias e desejos, amores e traições, enfim, todos nós – quer queiramos ou não - somos instrumentistas desta Grande Orquestra do Mundo cujo maestro é Sir William Shakespeare.

No tempo em que se passa a nossa história, duas damas residiam no palácio de Messina: a senhorita Hero, e a senhorita Beatriz. Hero era a filha de Leonato, o governador da cidade, Beatriz, a sua sobrinha. Duas donzelas de gênios bastante distintos, é verdade. Enquanto a senhorita Hero preferia o silêncio e vez por outra era encontrada reclusa meditando sobre a vida... Já Beatriz, ah... quanta diferença!... Só digo que ambas irão se apaixonar, mas até o altar haverá uma sequência tumultuada de quiproquós e desenganos. E não conto mais nada. Curioso? Ouça todo o nosso programa.

Shakespeare é o grande decifrador da alma humana. Seja na Inglaterra elisabetana ou no Brasil de hoje, ele permanece sempre vivo, bastante próximo a cada um de nós.