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Reprodução da internet Libor Pesek

Ouça o álbum completou:


O maestro checo Libor Pesek, morto no último dia 23 de outubro, aos 89 anos, construiu uma carreira sólida em dois momentos-chave de sua vida: primeiro, durante uma década, no início dos anos 1980, como titular da Orquestra Filarmônica Real de Liverpool. Neste período, já era maestro convidado da Filarmônica de Praga. Neste período também atuou como regente convidado da lendária Filarmônica Checa.

Nascido em Praga em 1933, estudou regência, piano, violoncelo e trombone na Academia da cidade, onde foi aluno de um dos grandes da regência sinfônica do século 20, Karl Ancerl. Dedicou suas sete décadas de carreira basicamente à música checa. Gravou, claro, as sinfonias e poemas sinfônicos de Dvorak, e também de Smetana. Mas buscou reger, gravar e diculgar sistematicamente também a obra de composidores checos menos conhecidos, como Vilezslav Novák e Josef Suk.

Por isso, o CD desta semana é um interessantíssimo álbum duplo que Pesek gravou à frente da orquestra de Liverpool. Originalmente lançados em 1993 em dois CDs autônomos, eles foram reunidos num álbum duplo e relançados em 2013. Suk é hoje citado principalmente como genro de Antonin Dvorak, mas tem luz própria. A proximidade com um compositor que é sinônimo de música checa sem dúvida atrapalhou mais do que ajudou sua carreira. Nascido em 1874, estudou com o autor da “Sinfonia do Novo Mundo” e casou-se com sua filha Otilie. Foi segundo violino por 41 anos a partir de 1892 de um quarteto famoso, o Quarteto Checo, que anos depois adotou o nome de Quarteto Smetana.

Seu sogro e também Brahms, padrinho de Dvorak, convenceram o editor Simrock a editar a música de Suk. Brahms, aliás, já fizera o mesmo em relação a Dvorak. Afastou-se conscientemente da música umbilicalmente ligada ao folclore checo, absorveu as lições de Richard Strauss e Mahler, dois grandes orquestradores, assim como de Debussy. No Cd duplo desta Semana na Cultura FM, você pode descobrir música envolvente que com certeza o acompanhará daqui para a frente. Suk preferia a música de programa, ou seja, a que quer contar uma história, tem motivação extramusical.

Da monumental tetralogia sinfônica de Suk – Asrael, Summer Tale, Ripening e Epilog – as últimas duas estão neste álbum duplo. Epilog, por exemplo, prevê quatro solistas, coro e grande orquestra. Ripening, amadurecimento ou maturidade, em tradução literal, prevê orquestra ampliada e coro feminino. Baseada em poema de Antonin Sova,é uma autobiografia de Suk, poderosa em sua tensão interna e majestosa arquitetura.

O poema sinfônico “Praga”, composto sob o impacto da morte tanto de seu sogro Antnonin Dvorák quando de sua mulher entre maio e julho de 1904, tenta contar e cantar a história multissecular e gloriosa da cidade.

Finalmente, Conto de Fadas, opus 16, é uma deliciosa suíte sinfônica derivada da música incidental que Suk compôs em 1898 para uma peça teatral.


A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.