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Reprodução da internet
Reprodução da internet Bruno Monteiro

Ouça o álbum completo:


É impressionante a vitalidade do violinista Bruno Monteiro e do pianista João Paulo Santos. Ambos portugueses, seu duo há quase duas décadas vem gravando parte substancial do repertório camerístico mais expressivo do último século e meio. Bruno Monteiro nasceu na cidade do Porto. Estudou em Nova York com Patinka Kopec, Isidore Cohen (do Trio Beaux Arts) e integrantes do American String Quartet da Manhattan School of Music. Completou sua formação com Shmuel Ashkenazi, do Vermeer Quartet. O experiente pianista João Paulo Santos, lisboeta de 57 anos, estudou com o grande Aldo Ciccolini em Paris na década de 80.

Apenas nos últimos dez anos, Bruno e João Paulo fizeram mais de uma dezena de gravações. Uma discografia consistente, evidenciando um gosto particular pela música do século 20. Eles registraram, por exemplo, a integral para violino e piano do compositor português Fernando Lopes-Graça (que morreu em 1994 aos 86 anos, depois de uma vida de resistência ao regime salazarista e uma qualidade de criação musical invejável); um duplo contendo a integral para violino e piano do compositor polonês Karol Szymanowski (morto em 1937, aos 55 anos). E também Stravinsky, entre muitos outros.

O duo acaba de lançar o álbum “Ysaÿe: music for violin, cello and piano” pelo selo Etcetera. O violoncelista convidado é Miguel Rocha. Nasceu no Porto, e começou os estudos musicais no Conservatório da cidade com Isabel Delerue. Em 1983 estudou em Paris, Praga, Masstricht e em Basel com Boris Pergamenchikov. Foi solista da Sinfonietta de Lausanne, na Suíça. Em 2001 retornou a Portugal. Dá aulas na Escola Superior de Castelo Branco, próximo a Belgais, onde Maria João Pires concebeu e concretizou seu utópico projeto musical por alguns anos e teve como assistente o brasileiro Caio Pagano. Gravou para vários selos, da música barroca à contemporânea, com ênfase na música portuguesa.

No CD desta semana, este trio toca o ambicioso trio em sol menor, opus 3 de Ernest Chausson (1855-1899), que estudou com Massenet e também com César Franck – o segundo foi influência determinante em sua obra. Chausson exercia uma feroz autocrítica sobre suas obras, que são poucas. Mas todas são muito expressivas. Talvez mais determinante ainda foi a influência de Wagner, cuja música conheceu e curtiu muito entre 1880 e 1889. Naquela década foi praticamente todos os anos a Bayreuth. E na década seguinte, sua última de vida, compôs a ópera “O Rei Artur”.

A outra metade do álbum é preenchida com duas peças de Eugene Ysaÿe, um dos maiores virtuoses do violino no final de século 19: o “Poema Elegíaco” para violino e piano; e “Meditação-poema”, para violoncelo e piano.

do violinista Bruno Monteiro e do pianista João Paulo Santos. Ambos portugueses, seu duo há quase duas décadas vem gravando parte substancial do repertório camerístico mais expressivo do último século e meio. Bruno Monteiro nasceu na cidade do Porto. Estudou em Nova York com Patinka Kopec, Isidore Cohen (do Trio Beaux Arts) e integrantes do American String Quartet da Manhattan School of Music. Completou sua formação com Shmuel Ashkenazi, do Vermeer Quartet. O experiente pianista João Paulo Santos, lisboeta de 57 anos, estudou com o grande Aldo Ciccolini em Paris na década de 80.

Apenas nos últimos dez anos, Bruno e João Paulo fizeram mais de uma dezena de gravações. Uma discografia consistente, evidenciando um gosto particular pela música do século 20. Eles registraram, por exemplo, a integral para violino e piano do compositor português Fernando Lopes-Graça (que morreu em 1994 aos 86 anos, depois de uma vida de resistência ao regime salazarista e uma qualidade de criação musical invejável); um duplo contendo a integral para violino e piano do compositor polonês Karol Szymanowski (morto em 1937, aos 55 anos). E também Stravinsky, entre muitos outros.

O duo acaba de lançar o álbum “Ysaÿe: music for violin, cello and piano” pelo selo Etcetera. O violoncelista convidado é Miguel Rocha. Nasceu no Porto, e começou os estudos musicais no Conservatório da cidade com Isabel Delerue. Em 1983 estudou em Paris, Praga, Masstricht e em Basel com Boris Pergamenchikov. Foi solista da Sinfonietta de Lausanne, na Suíça. Em 2001 retornou a Portugal. Dá aulas na Escola Superior de Castelo Branco, próximo a Belgais, onde Maria João Pires concebeu e concretizou seu utópico projeto musical por alguns anos e teve como assistente o brasileiro Caio Pagano. Gravou para vários selos, da música barroca à contemporânea, com ênfase na música portuguesa.

No CD desta semana, este trio toca o ambicioso trio em sol menor, opus 3 de Ernest Chausson (1855-1899), que estudou com Massenet e também com César Franck – o segundo foi influência determinante em sua obra. Chausson exercia uma feroz autocrítica sobre suas obras, que são poucas. Mas todas são muito expressivas. Talvez mais determinante ainda foi a influência de Wagner, cuja música conheceu e curtiu muito entre 1880 e 1889. Naquela década foi praticamente todos os anos a Bayreuth. E na década seguinte, sua última de vida, compôs a ópera “O Rei Artur”.

A outra metade do álbum é preenchida com duas peças de Eugene Ysaÿe, um dos maiores virtuoses do violino no final de século 19: o “Poema Elegíaco” para violino e piano; e “Meditação-poema”, para violoncelo e piano.


A cada semana o crítico musical João Marcos Coelho apresenta aos ouvintes da Cultura FM as novidades e lançamentos nacionais e internacionais do universo da música erudita, jazz e música brasileira. CD da Semana vai ao ar de terça a sexta dentro da programação do Estação Cultura e Tarde Cultura.