Fundação Padre Anchieta

Custeada por dotações orçamentárias legalmente estabelecidas e recursos próprios obtidos junto à iniciativa privada, a Fundação Padre Anchieta mantém uma emissora de televisão de sinal aberto, a TV Cultura; uma emissora de TV a cabo por assinatura, a TV Rá-Tim-Bum; e duas emissoras de rádio: a Cultura AM e a Cultura FM.

CENTRO PAULISTA DE RÁDIO E TV EDUCATIVAS

Rua Cenno Sbrighi, 378 - Caixa Postal 66.028 CEP 05036-900
São Paulo/SP - Tel: (11) 2182.3000

Televisão

Rádio

Reprodução da Internet.
Reprodução da Internet. Bruno de Sá

Ouça o álbum o completo:


Dorothée Oberlinger, que toca flauta doce e lidera o Ensemble 1700, é a idealizadora de uma turnê do grupo de música antiga intitulada “Baroque influencers”. Um achado, porque foca nos compositores que se destacaram na Europa setecentista, casos de Antonio Vivaldi e da família Scarlatti, o pai Alessandro e o filho Domenico. E um luxuoso subproduto da turnê centrada nos influencers barrocos é o recém-lançado álbum obviamente intitulado “Alessando Scarlatti baroque influencer”.

Este é o CD desta semana na Cultura FM. Lá estão duas sinfonias, a sétima e a nona, o concerto no. 9 em lá menor para flauta doce, cordas e baixo contínuo, as sinfonias para “Venere e Amore” e “Clori, Dorino e Amore”, “Filen, mio caro bene”, com a contralto Helena Rasker. Mas para nós, brasileiros, a obra-chave do álbum é “Il giardino d’amore”, que conta a história de Vênus e Adonis. Isso porque o cantor solista é o espetacular sopranista Bruno de Sá, 34 anos, nascido em Santo André, que estudou em São Paulo e estreou em disco em “Roma Travestita”, ao lado do mais celebrado ensemble de música antiga da atualidade, Il Pomo d’Oro, lançado em setembro do ano passado pela Erato. Deslumbrou toda a crítica internacional e o público em geral.

Sempre é bom explicar por que Bruno se autodenomina sopranista em vez de contratenor. Em entrevistas, ele sempre clareia as coisas. Numa delas, disse o seguinte: “Não sou alienígena, mas tenho uma voz de mulher num corpo masculino”. Há razões biológicas para isso. Ele tem laringe menor do que a média dos homens. Suas cordas vocais têm elasticidade incomum.
Meu parceiro de Cultura FM Irineu Franco Perpétuo estranhou Bruno se qualificar como sopranista, em texto de 2020 no portal da revista “Concerto”. Surpreendeu-o o “brilho único nos agudos”. E anotou a explicação de Bruno: “Minha mudança de voz, além de tardia – aconteceu com 15, 16 anos -–, foi muito sutil. O que aconteceu foi que o acesso ao registro agudo passou a requerer mais músculo. Os graves que você hoje escuta em minha voz são fruto de trabalho técnico”.