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Reprodução da internet
Reprodução da internet Pierre-Laurent Aimard

Ouça o álbum completo: 


Aos 66 anos, o pianista francês Pierre-Laurent Aimard é um intérprete para o qual não parece existirem limites. É excepcional no repertório contemporâneo, mas também nas obras máximas do período clássico-romântico. Um pianista completo, em suma, que não precisa provar mais nada a ninguém. Basta-lhe tocar e/ou gravar o que tem lhe apetece.

Uma biografia sumária indica as razões deste itinerário diferenciado. Nascido em Lyon, estudou piano com duas mestras notáveis: Yvonne Loriod, mulher e intérprete das obras de Olivier Messiaen; e Maria Curcio. Da primeira absorveu o gosto pela música contemporânea (foi pianista do Ensemble Intercontemporain do IRCAM de Pierre Boulez). Da segunda, que morreu em 2009, aos 90 anos, ele absorveu o rigor máximo na interpretação do grande repertório. Não por acaso, a Curcio, que foi aluna de Arthur Schnabel, deu aulas para outros grandes pianistas, como Martha Argerich, Radu Lupu, Mitsuko Uchida e Leon Fleischer.

Aimard já encantou plateias na Sala São Paulo em repertórios do século 20. Seus últimos álbuns trazem obras de Bela Bartók e Olivier Messiaen, suas especialidades. E de repente ele novamente nos surpreende. O CD desta semana é uma dessas periódicas e excelentes surpresas.

Em “Schubert: Ländler”, ele interpreta 45 peças curtas de Franz Schubert, entre a dança folclórica do título, “Ländler”, valsas e valsas sentimentais, danças alemãs e escocesas. Nenhuma chega aos 3 minutos. São miniaturas mesmo, reunidas sob o guarda-chuva “Ländler”. Então vamos saber o que são as “Ländler”. São danças campestres austríacas de origem folclórica em andamento moderado, popular desde o início do século 19, conta-nos Henrique Autran Dourado no seu “Dicionário de termos e expressões da música”. Ele prossegue: “Surgiram na região alpina de Ländl, onde era geralmente executada por instrumentos de cordas, como o violino e o contrabaixo: os dançarinos acompanhavam o ritmo com palmas. Disseminou-se rapidamente por países vizinhos, mas logo, diz Autran Dourado, foi superada pela valsa, que é um pouco mais rápida. Curiosidade: a tirolesa, que conhecemos, era um Ländler só que tal como tocado e dançado na região do Tirol.