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O CD desta semana é uma comemoração rara: o quarteto de cordas francês Ébène está completando em 2024 seus 25 anos de existência. Um itinerário formidável que foi construído não apenas com o chamado repertório convencional de um quarteto de cordas, mas atrevidas e bem-sucedidas investidas em outros gêneros. Eles não chegam às ousadias do Kronos, o quarteto mais revolucionário do último meio século. Mas vêm se consolidando com uma honrosa vice-liderança.
De fato, sempre comemoraram datas redondas de modo não-ortodoxo: na música popular, no tango... e no jazz. Isso se deveu ao violoncelista Raphaël Merlin, um dos fundadores. Ele colocou como pré-condição para sua permanência o compromisso de o grupo permanecer aberto ao jazz e outros gêneros, não só à música clássica. Ele mesmo, além do violoncelo, foi desde estudante excelente pianista de jazz.
Por isso o CD-comemorativo dos 25 anos tem como título “Milestones”, tributo claro ao genial trompetista de jazz Miles Davis. Outro motivo para elogio é que eles compuseram o álbum como um caleidoscópio do que o jazz moderno tem de melhor. Lá estão, por exemplo, duas gemas de Charlie Mingus, o contrabaixista que também foi compositor decisivo na cena musical norte-americana. No campo musical, é emocionante o tributo de Mingus a Lester Young quando da morte do grande saxofonista em “Goodbye pork pie hat” – o título remete ao chapéu que Lester usava.
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