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Maria Lettberg nasceu em Riga, Letônia, de família sueca e hoje vive em Berlim. Estudou, entre outros, com Andrei Gavrilov, Badura-Skoda e Menahem Pressler. Gravou a integral para piano solo de Scriabin e os concertos para piano e música de câmara de Alfred Schnittke. Dedica-se basicamente à música escandinava, do leste europeu e dos países bálticos.

Leva tempo a maturação do projeto da gravação de um álbum, desde a concepção até o produto acabado e disponível no streaming. Maria imaginou homenagear os 27 países da Comunidade Econômica Europeia em seu mais recente CD, lançado em janeiro passado. Escolheu miniaturas ou movimentos de peças maiores de compositores de cada um dos países europeus.

Pois agora, quando “Europolis” foi lançado, os 27 países vivem uma forte turbulência e a ameaça real de se desmontar um equilíbrio geopolítico e econômico construído a duras penas nos últimos 80 anos.

Para quem gravou os concertos de Schnittke e a integral para piano de Scriabin, este é um projeto menor de caráter festivo saudando o Velho Continente. Mas o fato é que “Europolis” ganha um novo significado diante de uma realidade marcada pela instabilidade.

Por outro lado, “Europolis” aprofunda a tendência majoritária hoje no domínio musical de se dar preferência a bombons, peças curtas, até vinhetas – músicos de todos os continentes sempre imaginam alcançar milhões de likes por uma ou outra pecinha.