Qual é o limite moral da inteligência artificial?

Ouça a coluna de Atílio Bari! 

---

Na coluna desta quarta-feira (02), Atílio Bari comenta o comercial que utilizou a inteligência artificial para recriar Elis Regina, uma das maiores cantoras da história do país, ao lado da filha, Maria Rita. Porém, a montadora automobilística - dona da propaganda - é conhecida por ter apoiado a ditadura militar que a artista tanto combateu. A partir desses fatos, o escritor levanta diversos questionamentos de cunho moral.

Atílio problematiza o uso da tecnologia na recriação de personalidades que já não estão mais vivas, como no trecho: “Concordariam eles (os artistas) em participar de uma campanha publicitária de uma empresa que colaborou com aquilo que eles combatiam? Ou são águas passadas, o Brasil hoje é outro e não se deve ficar ruminando os velhos tempos? (...) São questões éticas que passarão a fazer parte do nosso dia a dia”.

Por fim, o colunista convida as novas gerações a entrarem no debate sobre o avanço tecnológico desenfreado: “Então, penso que a gente tem a obrigação de falar sobre esse passado, pra que eles (a geração Z) saibam que o mundo não foi criado no dia em que nasceram. E para que eles compartilhem conosco esses novos dilemas, e com seus pontos de vista isentos de tantas recordações, nos ajudem a pensar sobre eles”.

Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.

O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e 77.9 FM estendida, de segunda a sexta-feira, às 10h. O programa é transmitido também na Rádio Cultura Brasil AM 1200 e no aplicativo Cultura Play.

*Estagiário sob supervisão da jornalista Cirley Ribeiro – MTB 832/SC