Ouça na íntegra a coluna desta quarta-feira!
Na coluna desta quarta-feira de cinzas (05), Atílio Bari comenta as práticas do período pós-carnavalesco segundo o calendário cristão: a Quaresma, quando os fiéis mais fervorosos se penitenciam pelos excessos cometidos, oram e jejuam. Para o colunista: “Envolve uma renúncia voluntária, um desapego das necessidades do corpo, das delícias que saboreamos com prazer, em busca de um alimento espiritual mais profundo”.
Atílio chama atenção para as celebrações de Carnaval, que passam por cima dos rituais de abstinência como um rolo compressor, e destaca o simbolismo das cinzas em diferentes religiões: “Para os antigos judeus, sentar-se sobre as cinzas já significava arrependimento dos pecados e volta para Deus. As cinzas bentas e colocadas sobre as cabeças cristãs fazem lembrar que vamos morrer, que somos pó e ao pó da terra voltaremos, para que, como diz o livro do Gênesis, nosso corpo seja refeito por Deus de maneira gloriosa, e não mais perecer”.
Por fim, o colunista cita o Padre Antônio Vieira, pregador do século 17, conhecido como “A Voz do Trovão”, e a mensagem de transitoriedade por ele evocada, interpretada como: “Tudo é precário, nada é duradouro, tudo deve ser repetido todos os dias. Tudo é transitório, nada é eterno. Toda criança se tornará um dia adulta e, depois, idosa. Toda flor que se abre logo estará murcha; todo dia que nasce logo se esvai; e assim tudo passa, tudo passará, como dizia o filósofo Nelson Ned”.
Atílio Bari é idealizador e apresentador (ao lado de Chris Maksud) do programa Persona, da TV Cultura, e também participa do "Estação Cultura", todas as quartas-feiras. A coluna aborda espetáculos de teatro, livros, outras formas de dramaturgia e assuntos da atualidade, que muitas vezes se aproximam da ficção.
O "Estação Cultura", com apresentação de Teca Lima, vai ao ar pela Rádio Cultura FM 103.3 e pelo aplicativo Cultura Play, de segunda a sexta-feira, às 10h.
*Estagiária sob supervisão da Redação.
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