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O compositor francês Maurice Duruflé, que viveu de 1902 a 1986, foi como o seu mentor Paul Dukas, uma pessoa totalmente avessa à vida pública e à divulgação de sua obra.

Um trabalhador incansável, exigente consigo mesmo ao extremo, Duruflé trabalhava e retrabalhava suas composições exaustivamente, até que correspondessem plenamente às suas expectativas.

Não nos surpreende, portanto que o seu catálogo de obras seja reduzido e que menos de 20 peças tenham sido publicadas.A base da formação musical de Duruflé se deu na Catedral de Rouen, onde havia uma célebre escola de canto gregoriano.

Seus estudos tiveram continuidade no Conservatório de Paris, onde o músico teve contato com a tradição de Fauré, Debussy e Ravel. Ao compor o seu Requiem em 1947, Maurice Duruflé tomou como base a missa gregoriana dos defuntos, na tentativa de conciliar, tanto quanto possível, a métrica gregoriana com as exigências do ritmo moderno.

O resultado foi surpreendente. Melodias arcaizantes foram combinadas com as harmonias muito sofisticadas e típicas da música francesa. O Requiem de Duruflé, assim como a obra homônima de seu compatriota Gabriel Fauré, acentua o aspecto da misericórdia e do perdão.