Ouça o programa completo:
Este é o primeiro programa de uma série de duas transmissões nas quais ouviremos o Stabat Mater do compositor checo Antonín Dvořák.
O Stabat Mater de Dvořák é uma obra marcada pela tragédia.
O compositor começou a esboçar a obra em fevereiro de 1876, cinco meses após a morte da sua filha Josepha, um bebê de apenas dois dias.
Dvořák, porém, logo abandonou o Stabat Mater.
Em 1877, ocorreram duas novas tragédias familiares.
A segunda filha de Dvořák, Ruzenka, de 11 meses, morreu em agosto, após ter ingerido acidentalmente uma solução tóxica.
Pouco depois, o filho Otakar, de três anos, contraiu varíola e faleceu no dia 8 de setembro.
Para exprimir e superar a sua dor, Dvořák retomou o manuscrito do Stabat Mater e em novembro, já havia concluído a partitura.
O sucesso do Stabat Mater logo ultrapassou as fronteiras da Boêmia.
As primeiras obras de Dvořák já haviam despertado atenção internacional, mas foi com o Stabat Mater que sua fama consolidou-se de modo definitivo.
A obra foi estreada em Praga em 1880 e nos dois anos seguintes foi reapresentada em outras cidades da Boêmia.
No exterior, a estreia ocorreu em 1882 em Budapeste.
Em 1883 o Stabat Mater subjugou o público do Royal Albert Hall, por ocasião da primeira apresentação londrina da composição.
Em quatro anos, a obra foi apresentada novamente em Londres e em diversas cidades da Inglaterra, e ainda estreou nos Estados Unidos, Áustria, Iugoslávia e Alemanha.
A obra correspondia plenamente ao gosto e ao caráter da era vitoriana, além de dar continuidade à grande tradição coral muito valorizada pelos ingleses.
Nenhuma descrição ou análise musical pode fazer justiça ao conteúdo emocional profundamente tocante do Stabat Mater de Dvořák.
Trata-se de uma obra de enorme beleza e sinceridade, criada por um católico convicto.
A obra divide-se em dez movimentos de andamentos moderados e de expressão ora contemplativa, ora dramática.
No entanto, essa longa partitura não contém somente trechos sombrios, em tonalidades menores.
Bem ao contrário: no contexto das palavras que descrevem situações especialmente dolorosas, Dvořák utilizou tonalidades maiores em quatro seções, além de impregnar diversos outros trechos de uma pulsação rítmica mais animada.
"Laudate Dominum" está no ar desde 1989 e é apresentado pelo pianista e compositor Amaral Vieira.
"Laudate Dominum" vai ao ar domingo, às 9h, com reapresentação na terça-feira, às 23h00, na Cultura FM (103,3).
Produção: Bruno Lombizani
Estágio em produção: Jully Tyuco
Trabalhos técnicos: Wagner Freitas
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